
O limite onde o que mais merece ser dito é quase impossível de dizer. É sempre IMPOSSÍVEL dizer tudo, não consigo o frontal/a verdade descascada das nuances -, seria o abismo. Quando mencionas “universos paralelos” sublinhas a vida, os sentimentos e posições sociais e envolvimentos políticos que desconhecemos um no outro, sei os teus, mais bandeiras desfraldadas, mas sinto o tanto/ o abismo: não me conheces porque, pois é, como te explicar sem dizer? A verdade tem uma conotação trágica. Para sobreviver / ou dizer / ou brincar, ou mesmo ser é preciso a máscara do teatro japonês. Por que te digo isso? Porque gostaria ter te sentido de outra forma, noutro tempo. E que mesmo em vidas paralelas tu me adivinhasses… Escorrego! Caio na tentação de voltar a te amar, e o amor não tem voltas, tem gemidos, gritos e lágrimas e sorrisos…, e presença. Não. Não sou como tu és, mas te vejo quando me olho no espelho. E nunca nos demos as mãos… Elizabeth M.B. Mattos – dezembro – Torres

” Por falta de alguém com quem conversar (estou terrivelmente sozinha aqui), acabo de reler as suas três cartas que foram remetidas e re-remetidas até chegar às minhas mãos em Nova York, e conclui que os meus magros bilhetes são ‘vergonhosos’ – e que eu a coloquei numa situação desagradável com aqueles poemas ruins.” (p.73) UMA ARTE As Cartas de Elizabeth Bishop
