Sol e vagar: verão seco, soluço. O mesmo veraneio de todos os verão, esparramado, novo. A serra que cheira mar. Verão floresce e sapateia no asfalto quente. Memória salgada de outro verão, saudade de veranear perto do mar, das venezianas, das lajotas e das sacadas. Estou a fazer férias no mato, lagoando, sem areia a frequentar janela com preguiça. Não sou bem eu, sou a outra. Estranha reviravolta / volta ensolarada, quieta, impaciente, neurastênica, espinhenta. Apenas manhã, e depois, outra manhã. Depois, longas e compridas e preguiçosas noites sonhadas, doloridas, desdobradas.

Lagoa – serra – asfalto e recorte. Elizabeth M.B. Mattos – fevereiro de 2022 – Torres
