Distante! Perto! Indefinido amigo
querido! Pois é! Passou um mês ou foram dois, foi um tempo enorme, tempo indefinido, não sei. Tristeza de saudade. Tanto me afundo nesta ‘coisa’ de sentir, sem explicação, ou
explicada, explicada, estripada: perde o sentido. Invade, arrebenta o prazer, o desgosto entra pelas
frestas. Sou nevoeiro de aflição, e tão, inexplicável angústia! Não.
Sei tudo. E não sei. Arrogante eu sou, a gente nunca sabe, não é?
Preciso dizer, escrever, fazer alguma coisa. Molhar os pés no
mar, lavar o tempo! Bom! Demorei para escrever! Então a chuva resolveu
chover! Chuva boa, passageira! Aqui necessária, aí de terror! Tudo
assusta. E eu travo os sentimentos. A leitura se arrasta, escrever
parece impossível, ler penoso. Assim mesmo eu me sento para te escrever / dizer meia
dúzia de coisas. E depois mandar flores. Sentir o vento doce no estômago a digerir alegria. Vou te
mandar flores! É isso, a mágica. Sim, antes de mais nada, gosto o bom de te amar. Eu era tão leve!
Tão a gostar de tudo! Acho que agora não adianta mais ADIAR…(risos)
Não vai ser possível disfarçar/ esconder ou fazer de conta que não estou vendo,
ENVELHEÇO. (Será esta a tragédia maior?) Ah! A chuva segue com jeito de ficar boa! Acho que o verão
me aperta. É isso. Bom estar a te escrever. Bom pensar que eu te
abraço, eu te olho, e te sinto perto! E sei que tens o jardim, o mato, as tuas árvores. Eu me esforço a colorir meu corredor de terra. Elizabeth M.B. Mattos – fevereiro de 2022 – Torres


