A vida pode mesmo ser um círculo de horrores. O estranho da fúria / da raiva é a não explicação. A inconsciência do monstro, ou a dor / o machucado / o pecado transborda. Não há explicação. Deste chicotear violento e descompensado, desta nudez feia a bomba atômica se desenhando no céu…, então, chorar, gritar, e sucumbir pode aliviar. Outra vez um campo de margaridas, e o perfume do gramado molhado pela chuva. E num repente que a verdadeira história abre os olhos…, repassamos, lembramos, dobramos o tempo. Perdoar? Nunca perdoamos, apenas esquecemos aos poucos, não porque a ideia seja esquecer, mas porque viver é imperioso se não somos suicidas. Há uma semente alegre que se agita. E nos recuperamos. A lucidez dói / alucina também, mas há que reagir. Elizabeth M.B. Mattos – março de 2022 – Torres
