” Je m’en vais, dit Ferrer, je te quitte. Je te laisse tout mais je pars. Et comme les yeux de Suzanne, s’ égarant vers le sol, s’arrêtaient sans raison sur une prise électrique, Félix Ferrer abandonna ses clefs sur la console de l’ entrée. Puis il boutonna son manteau avant de sortir en refermant doucement la porte du pavillon.” (p.7) Jean Echenoz Je m’en vais
Adoro o título. Adoro este começo/este início: “Eu vou embora, eu te deixo. Eu te deixo tudo, mas eu vou embora.” (livre)
Que vontade de agir/fazer assim, eu vou embora, eu deixo tudo, eu não me importo, eu vou embora. E a força de recomeçar, de poder, de decidir. Terminar aquilo que começou, ou que já se esgotou… Abotoar seu casaco, fechar com tranquilidade a porta, e sair. Por que é impossível? E sempre é impossível, e, por ser assim impossível, a gente vai se deixando ficar… E já é o começo de morrer. Embora se morra tanto e tanto, todos os dias a morrer, mesmo batendo a porta… indo. Indo e deixando, para trás, o sonho / ou a vida de sonho, o outro / ou ela ou ele, ou a casa, ou o desejo, ou a vontade, ou a coragem. Aquele corajoso ir arranca um pedaço. Exagero! Renasço. Brotam, brotam, brotam vontades de nascer! Elizabeth M.B. Mattos – julho de 2022 – Torres
…,querendo brotar, querendo ter força para seguir, e escrever, escrever: e recomeçar.


