no sofá

Tanto tempo não nos visitávamos! Sentei no sofá de onde posso ver os verdes e o céu. Ela trouxe um cálice de vinho, um copo com água, frutas secas. O apartamento é impecável, decoração cuidada: quadros enormes, vasos importantes, alabastros, mas estranha impessoalidade. Ninguém vive naquele salão / naquela casa. Heloisa senta, olha feliz para mim, depois inquieta, depois intrigada, num sobressalto, fala. Pensei, será que posso mudar a vida? Respondo de imediato: sempre se pode. Mas, por quê mudarias agora? Largaste tanto de tudo por este homem! Estás nos túneis da vida dele, a respirar os desvios… Já é a tua vida. Agarraste a vida dele, e assim, entre idas e vindas, já tens o livrinho de colorir completo, cheio, bonito… O mundo nas tuas mãos, sim, ou será nas mãos dele? Não é limite, minha amiga, mas escolha. Entraste. Por que sairias agora?, por capricho? Ou recomeçar? Sei lá Heloisa. Sei lá. Tens razão. A cada recomeço nova / diferente vida. Por que não? Mas, não te iludas, se tu sais, ele fica, não chora, segue… Ele não desarruma nem o fio do cabelo. Aceita tu ficares, aceita tu ires. Por que não te acomodas? E ficamos a conversar sobre recomeçar, parcerias, casar ou separar. Elizabeth M.B. Mattos – novembro de 2022 – Porto Alegre –

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