janelas

eu disse desejo objetivo, vazio, depois as cores – móveis, quadros.

desenhar o desejo voando…

estou prestes a compreender, ou, prestes a me debruçar naquela velha quietude alegre.

dela brota pensamento e o pensamento fica objetivo e se multiplica / fica visível, e eu atravesso sem medo.

a sombra no fundo do meu cérebro a se mover.

gosto de pensar que estou montada nas costas do mundo, vejo tudo e todos, deste lugar as possibilidades variantes, as rendas do céu, o lugar de onde eu sinto o gosto do poder e atiro as palavras como rede.

a desordem colorida das soluções

leitura exige /pede/ invoca cenário / não o que acontece no livro / no texto, mas no meu pensamento afogado no banho / na água do chuveiro, depois, depois chega aquela angústia, ou aquela falta, aquele erro.

não abri a porta e não te deixei entrar.

volta, entra na minha vida e fica,

as portas estão abertas…

ah! onde escondi o meu jeito particular /especial de sentir?

preciso acordar da leitura e descascar os figos, abrir o abacaxi, fazer o suco, voltar a cozinhar… marcar hora no médico, pegar o ônibus, conversar, olhar, e ir.

as revistas (lembro da mãe com as revistas, do pai com os livros, do silêncio, das risadas, das lareiras e cheiro de bolo)

como se a mesa onde apoio o livro, a cadeira onde sento, a luz do dia ou da noite / fosse o cenário.

a informação real e aquele desejo imaginado de voltar, subir a escada e abrir a porta…

por que não consigo abrir a porta? Elizabeth M.B. Mattos – janeiro de 2023 – Torres

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