
“Quanto mais eu própria envelheço, mais constato que a infância e a velhice não somente se relacionam, mas são, ainda, as duas fases mais profundas que nos é dado viver. A essência de um ser nelas se revela, antes ou depois dos esforços, aspirações e ambições da vida. O rosto liso de Michel menino e o rosto burilado do velho Michel se assemelham, o que nem sempre era o caso dos rostos intermediários da juventude e da idade madura. Os olhos do menino e os do ancião nos olham com a tranquila candura de quem ainda não entrou no baile de máscaras, ou dele já saiu. E todo o intervalo parece um tumulto vão, uma agitação vazia, um caos inútil pelo qual tivemos de passar sem saber por quê.”(p.189) Marguerite Yuorcenar Arquivos do Norte

9 de fevereiro de 1968 – Ireja São José- Porto Alegre