um fio, um fio bem fino e a água desce…

escasso, devagar, aflito

não sei se vou conseguir matar a sede, sossegar, ou

chegar, naturalmente, vou perder

quando a energia se transforma em sono, sono, sono e descuido,

com certeza, vou perder

posso colocar um piano para tocar, talvez uma valsa, ou comece a cantar…

nada que eu faça vai aletrar a certeza de que estou perdendo…

o que pensei esta manhã desapareceu, de tarde fiz um esforço, gritei

gritei um grito rouco e tão absurdo…

estou juntando os pedaços, para fazer, extamente, o que?

não vou colar nada.

aquela tristeza seca tomou canta, desorientada, seca, sentada, ao meu lado no quarto escuro… Elizabeth M.B. Mattos – abril de 2023 – Torres

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