A galeria está iluminada pela música de Bach. Atravesso as janelas para encontrar os quadros; lá estão os preferidos: um homem segurando a cabeça na frente de um copo, uma mulher olhando o vazio; outra segurando um livro… Alguém passa apressado pela tela azul… As pessoas entram e saem na dança que preenche os vazios desta galeria pintada de branco. Não entro, sigo caminhando pelas ruas verdes de Porto Alegre neste Moinhos de Vento ensolarado. Elizabeth M.B. Mattos
Para mim, o trecho que termina com ‘Moinhos de Vento ensolarado’ é completo em si mesmo…
Vou reler, e ponderar. É importante tua opinião. Estou correndo pelo Vento torrense, mas logo quero ficar sentada da Primavera e selecionar os textos que expostos, publicados ganham um formato limpo, mas necessitam ainda de revisão e cortes. Obrigada.
“Sofrimento rasgado da infância? Desencontro com a realidade forjada por nós mesmos? Queda no abismo de outras vontades como fuga do reconhecimento da fragilidade interior? Queda. Apagamos as marcas anteriores da rebeldia com a mesmice de agora, afastamos a ousadia e fechamos as possibilidades de recriar…..A compreensão acalmou o sonho. Não mais repartir tempo de vida. O que antes pareceu-me ser receptivo se torna equívoco. Engolir lágrimas, lágrimas. ”
Todo nosso passado é um engano, um equívoco de lembranças selecionadas para nos agradar… nos acalentar ou nos penitenciar. Tudo justifica nosso presente rotineiro e sem graça. Nos acalenta os sonhos… tudo que vai contra a isso gera conflito e dor. Os relacionamentos funcionam no justo tempo de sobreposição de preenchimento das lacunas, vazios. Suprimidos espaços, o afastamos do outro da verdade doida, da realidade, é vislumbrada. O relacionamento finda pela falta de compreensão da própria realidade em si. Que dirá da realidade de dois.