“P.Alegre,24 de setembro de 1997.
Elizabeth: Leio-te e já estou te mandando o meu palpite. Tens ímpedo articulado, a confirmar o papo do telefone. Aprecio mais a carta para mim, pelo pé no chão de um relacionamento. As outras várias páginas, no conjunto, circulam em torno de um tema, a satisfação ou insatisfação erótica. Claro que isso conta, mas fica geral demais no tom de desabafo empregado, não chegando a ser crônica nem diário, que pedem mais objetividade, experiências vividas. Mas na cálida e pronta verbalização, mostras ter atingido um patamar que já é uma conquista. Devolvo os originais para o caso de precisares deles e te abraça o Paulo Hecker Filho
P.Alegre, 2 de outubro de 1997.
Elizabeth: Dizes para ‘o filho escrever quando aflito’, falas em terapia e cura pela escrita. No entanto escrever mesmo é antes um seperávit de vida que um déficit e se pode definir o talento como ter o que dizer. Quem sabe sob essas duas colocações, descobres novos caminhos, já que escrever por escrever, publicar para publicar meio mundo faz e só se engana. Cordialmente, Paulo Hecker Filho
P.Alegre, 2 de outubro de 2005.
Beth: Afável tua última. Quer dizer que estavas de bem contigo mesma. Talvez por admitir a idéia dada de desistir do sedutor e outros possíveis. Os demais fazem parte mas não resolvem a nossa vida. Manderlay é intocável, não têm desculpa esses erros na projeção. Esquece o ressentimento e vai de novo sem falta. Também segunda-feira no moinhos O mercador de Veneza atrasou quinze minutos, por defeito no rebobinar, se escusaram. Esqueci porque O mercador não dá pra perder, com soberbas atuações de El Pacino e Jeremy Irons. Mando dois livros de poemas para o Rio, a ver se saem em escala nacional. Mas não conto muito. Mesmo assim, sem ficar esperando, espero… Abraço, Paulo”
‘vejo’ o que ele diz…
PHFilho tem discurso. Vou te mandar um livro de poemas dele.