CASA PARA MORAR

“O mundo real apaga-se de uma só vez, quando se vai viver na casa da lembrança. De que valem as casas da rua quando se evoca a casa natal, a casa de intimidade absoluta, a casa onde se adquiriu o sentido de intimidade? Essa casa está distante, está perdida, não a habitamos mais, temos certeza, infelizmente, de que nunca mais a habitaremos. Então ela é mais do que uma lembrança. É uma casa de sonhos, a nossa casa onírica.”[1]

Desliga o telefone. Guarda os óculos. Amanhece com temperatura amena depois daquele calor de quarenta graus. Quarto fresco. Na sacola lápis, bloco, e três livros de poemas. Saia de algodão, duas calcinhas. Toalha, escova de dente, fio dental. Uma calça quadriculada, duas camisetas. O casaco.

Através da porta de vidro da janela, a simetria dos vasos. A trepadeira com flores amarelas esparramadas pela sacada. O verde inteiro das árvores. A piscina. Cadeiras brancas volteando as duas mesas no jardim-quintal. A rede se prende nos ganchos, atravessa um chão de lajotas. No varal calça de pijamas, cuecas, camisa, vestido estampado, toalha azul, um par de meias. No horizonte o rio Guaíba. Volta para o interior do quarto. Segura a mochila, a bolsa. Tranca a porta de vidro, desce as escadas. Sai da casa. Os cães latem, sacodem o rabo festejando. Fecha o portão, joga a chave na caixa de correspondência.

Começa a voltar para casa. Sem pressa. Subidas, descidas. Os braços doem. Não sabe por onde começar. Imagina o itinerário. Os joelhos doem. Pés e mãos inchados. Já na beira do rio que é lagoa… Senta na areia, depois deita com a cabeça apoiada na mochila. É preciso escutar o silêncio. ’Se eu pudesse explicar que tua voz me abraça! Se morrer quero que saibas do equívoco, desejo viver. ’ Encolhe as pernas e sente o jeans apertado. Fecha os olhos.

[1] Bachelard,Gaston. A Terra e os Devaneios do Repouso. Ed Martins Fontes. São Paulo. 1990.p.75

 

 

Quarto de Menina

Ao subir os degraus já me despeço do embaraço que eles me causam.

Duas janelas iluminam o ambiente. Pela maior vejo o telhado das casas, e na rua paralela, jacarandás. O azul das cachopas sombreia minha cama encostada na parede. No lado oposto, o armário pintado de rosa-claro tem oito portas.  A salamandra[1], uma poltrona em tecido enxadrezado. Mesa retangular embaixo da outra janela, duas cadeiras. Sobre a forração, um tapete grosso de lã com flores vermelhas. A pequena Remington. Livros pelo chão. É preciso escrever, contar do tio de sorriso manso. Voz suave. Olhos escuros presos no meu corpo. De como segurou minhas mãos. Inclinou a cabeça para escutar, e consolar. Então ele pediu para ver as pernas. Levantei a saia. Depois, esticou os braços O delicado abraço me reconfortou. Escutei que sou bonita, e que, certamente, serei moça talentosa. Silencio. E recomecei a leitura  do conto de Maupassant. Os cães que gritavam ao serem jogados num poço, vivos. Arredores de Paris. O realismo impressiona. Ao ler em voz alta ainda escuto os grunhidos dos animais feridos, e famintos.

Quando ele desceu as escadas, pediu desculpas por ter me tocado. Não compreendi. Agora entendo…

Histórias confusas de conivência.  Tantos anos passados! A voz estridente voa na memória, e o riso fácil me assusta. A vaidade encobre vícios. Amigo da casa sobe as escadas para conversar, ler escritos da jovem, e apalpa seu corpo. A tia puxa orelha, belisca. Alguém descobriu o sinal que tinha na virilha. Lembranças de criança sacudidas. Este homem das escadas já deve pintar os cabelos, usar colete para não ter barriga. Ou talvez esteja apenas velho, perfumado, engomado. Certamente, nunca permitiu que a filha ficasse na calçada desacompanhada, ou comprasse balas no armazém. A mulher é triste, bela, e casta. Aos amigos reserva risada fácil, mas gestos contidos. Homem sério que se acredita exemplo.

Na memória, o quarto de menina. Revistas espalhadas pelo chão. Os livros que precisavam ser lidos. E a mão apalpando seus peitos.

Não é a mãe, o filho ou o tio, que nos aborrece, mas nós que nos aborrecemos com eles. Gestos familiares, heroínas, vilões. Nem somos originais… Solidão, impossibilidade de explicar, mal-estar.  E gritamos por qualquer coisa. É preciso exorcizar. Reagir, não apenas projetar o desagrado no que está próximo, neste momento.

E fazemos desagravos, nós nos contamos histórias para justificar gulodice, preguiça, desacerto. Não sou eu o desastre, mas a manobra do amigo, do filho, da irmã, da vizinha que faz a vida ser como é. Triste. Então, qualquer Maria, ou Isabel, Francisco ou Antônio, transformam-se em pivôs de estranhas insatisfações. A memória lamenta ou reforça justificativas. A tia malvada, avó algoz, irmã amada, pai compreensivo, mãe ausente. Às vezes procuramos nos encaixar na boa história. No cheiro quente do afeto. Outras, mergulhamos nestas estranhas e danosas visões… Elizabeth M.B. Mattos – outubro de 2012 – texto escrito anteriormente, ainda na Vitor Hugo, em Petrópolis –  Porto Alegre – revisitado…

[1] Espécie de estufa móvel, usada para aquecimento de ambientes domésticos: aquela era toda de ferro e ficava em cima de um quadrado de lajotas vermelhas. Em tacho de cobre, a lenha cortada, adequada para manter o braseiro.

Livro dos Bruxos

Afoga-se queixas e dores, saudade de amores. Sim, a vida pode ter este sentido dramático, depois tão leve! É curioso de perceber a fluidez que  arremata o passado.  mistura-se o bolo com reencontros: o marido passado, pequenas histórias passadas, uvas passas, passado e muita manteiga sem sal. Claras em neve. A volta dos desafetos  é o recheio dos preconceitos. Bem querer e mal querer como se ainda existissem margaridas a ser desfolhadas. Rasga-se um coração! Enfeita-se  com rosas vermelhas.

Dou-me conta de que algumas pessoas nascem adultas, e outras não passam da doente e longa adolescência!

Bom mesmo é pensar nas calçadas molhadas, nos desencontros secos e nos risos abafados…Quero amigos,e inimigos. Vamos descobrir as diferentes peles como tão bem descreve Doris Lessing:  cheiros tardios e silêncio amigo, o perigo da África. As linhas em branco…Bem, estou de volta, e pronta pra trabalhar. Ah! Molhei as plantas que estavam inquietas na  sacada fechada, retorcidas. Ainda está escuro, bem escuro.Passei um café, e repassei sentimentos. Certeza de que corridas, movimento têm finalidade. A família exige espelhos, muitos espelhos! Reflexo e genética. Vou procurar nova receita no Livro dos Bruxos.

AOS SALTOS

Ao repetir a palavra amor quero chegar ao final daquela rua, numa súbita decisão de seguir o rumo certo. Mas qualquer luz me atrai, e me desvio. Todas as certezas desaparecem.

Faz dois dias que mal durmo; leio aos saltos, nem penso. A linearidade dos fatos não se ajusta. Internamente a desordem. Internalidades flutuam. Excluem-se relações afetivas; subsistem apenas relações de trivialidade: a corrida “vestida de relógio”.

Rio de Janeiro me abraça

Para escrever é preciso  silêncio,

ou boa música,

ou a certeza de que você está do outro lado da mesa…

O Rio de Janeiro me devolve o sabor doce: desejo silencioso de encontrar a beleza. Neste momento percebo cada  detalhe dos seus movimentos, a doçura com que você preparou a casa para me receber.Caminho por Copacabana, ainda na Rua Figueiredo de Magalhães posso olhar devagar as vitrines. Depois entro nas lojas da velha galeria Menescal, mais de sessenta anos: os mármores que revestem as paredes e o teto são os originais, e os relevos estilo art-decó que adornam o interior da construção foram mantidos – para alegria dos cariocas.  Ela é a passagem que liga Nossa Senhora de Copacabana com a Barata Ribeiro. Convite a minha juventude: as mesmas lojas, pouca diferença. Objetos de casa: uma tigela, um cálice… Aquela louça Limoges! E os talheres? Todas as vitrines são presentes. Bebo um cálice de vinho ao folhear as sofisticadas revistas que me presenteaste!  Fico possuída pela moda, e pelo luxo. Como uma rosa de chocolate. E na banheira a espuma, o cheiro de alfazema. Estou em Copacaba. Elizabeth M.B. Mattos – o doce da juventude.

EXERCÍCIO do sonho

A narrativa ensaiada se compromete, perde a espontaneidade do sonho, no sono de vigília que sonhei. Estavas noutra sala, mas era a mesma de antes. Ou melhor, eu estava no limite das duas salas quando me chamaste para perguntar se eu gostaria de fazê – lo feliz assumindo o compromisso, para toda a vida… E também responsabilidade. Lá estavas abraçando, em acalentado abraço, o menino. De uns quatro ou cinco anos, ou três. Ele se apertava nos teus braços. E tu sustentavas, de cócoras, o corpo dele no meio das tuas pernas. Voltei os olhos para o salão e lá estavam os pais do menino. E assim mesmo concordei. Então sorriste para mim dizendo:  … mas é para sempre. Sacudi a cabeça afirmativamente. Sono de vigília. Mecanismos de memória. E o para sempre tão complicado de acreditar. Nada é para sempre.  Teus olhos e gestos reaparecem. Conversas voltam, não remotas, mas do passado recente, vivas. A história da menina-criança. Verbos, elipses, adjuntos, complementos diretos e indiretos do velho português. Vigília na memória que preenche, afinal, lacunas. Foi som. Som o teu silêncio. Observação. Química de alerta. Por que a criança?  Criança-pretexto como ferrolho da brincadeira. A serenidade sem grito de um sim que acorda. Quem era aquele menino que guardavas no abraço de proteção? E os pais, os dois a te olharem com meio sorriso, gratos. Escuto a voz. Fantasia proibida. Como descrever a fantasia? O escondido de tudo que fizemos, e não queremos confessar. De volta ao sonho. Penso que o menino dos teus braços sou eu mesma a me esconder. Moradas temporárias desqualificam o habitat… Chegar a casa, ou voltar para casa deve ser toda a jornada. E o para sempre uma verdade a ser reconhecida.

…e lembro nesta memória do sonho, a vida.  Dos meus três anos em Santo Ângelo, sete em Ponta Grossa. Dezoito anos no Rio de Janeiro. Viagem desastrosa. O internato. Destes deslocamentos onde existe procura. A casa está no centro, a velha casa de Petrópolis na rua Vitor Hugo, 229. (para Théo) Elizabeth M.B. Mattos – outubro de 2012 – Porto Alegre

REFEITO o efeito

REFEITO o efeito da idéia

Lugar comum: olhos de criança. Quando sorria era pelos olhos que o riso saia.
Dentes cheios. Dentes cheios quer dizer regulares, brancos. E o corpo respondia solto à conversa sobre campos, receitas ou invento…Pronto. O corpo participa do riso. Ele sorri. Concentrado. Interlocução é foco. Sem dispersão. Pessoas inteiras: contam, perguntam, fundamentalmente, escutam, olhos nos olhos, atentas.
Deduzo que não estou na sala. Podia observá-lo, ele não me via justo para que eu pudesse vê-lo. Olhei sem reservas. No entanto, inesperadamente, ele me chamou com os olhos e eu respondi de imediato caminhando em direção ao som.
Eu o vi com a criança. Os dois no abraço do embalo. Ele, sério, mantinha as
pernas dobradas. Apertava o menino contra o peito. Por cima deste abraço
perguntou-me se eu o ajudaria. Ajudaria para sempre. No espanto, concordei.
Na platéia homem e mulher sorriam.

Embrião de biografia e saudade

Fui ver o mar, lindo! Aberto! Perfumado, inquieto! Barulhento. Colorido. Meu. Contudo, o frio não me permitiu chegar perto: aproveitei o calor e o fogo forte da lareira e do fogão à lenha. Então, cozinhamos o pinhão e o feijão do jeito que têm que ser feitos. Sem os pães e as geleias açucaradas da preta Maria. Na calma, caminhei pela cidade: sem mar, é o feito. Feito? Não, o desfeito. Que bicho mais louco é o homem! Depredador, nocivo, cruel. O mar lá estava, e as pedras também. Ilha dos Lobos. A Lagoa do Violão poluída. O rio Mampituba, escuro, com botos; o mesmo rio que a barra fez aberto… Daquele lado eu gosto, o cheiro é outro: barcos pesqueiros, canoas. Lembra a vida do começo, da barranca. Os molhes pinta mar e rio. Beleza importa sim. Não a das pessoas, mas desta natureza que sobrou.  Como fez frio! Meus sonhos de Cambará do Sul e São José dos Ausentes, hoje, na sombra. Será que eu quero a neve? Será que eu, ainda, quero alguma coisa? Depois o hoje Porto Alegre. Não vou garantir nesta loucura desordenada de tempo sem tempo, falta de coerência, equilíbrio, lugar nenhum no concurso, mas estou tentando, estou quase com a cama-campanha armada no Cursinho. Puxa! Não consigo estudar nem entender estes ditongos e acentos e vírgulas, crase, ortografia: erro tudo. Mas estou tentando, querendo, concentrando. E a Legislação? Cartas rogatórias, precatórias, TJ, Sumário, juiz togado, comarca: vocabulário a se incorporar. Ainda a informática em detalhe, decorando. Não compreendo as questões, a memória é um fiapo, papel comido de traças. Louca, louca mulher. A casa está numa desordem permanente, minha. Os objetos se movimentam pelo chão como pudeste ver. Se me perguntares como consigo tirar as coisas das gavetas, das caixas eu não saberei te responde. Não sei. Sei que te reencontrar foi iluminar tudo por um momento. Depois o real, o silêncio da não chamada. Volto aos papéis, documentos, inquietações, fotos, desânimo: esquisito mesmo, isto tudo faz trânsito pelo chão. O mundo de dentro, estripado, no tapete. Ou mesmo grudado nas portas, como se os lembretes fossem solução! Quando a noite chega e o lobisomem aparece, escondo-me nos lençóis: durmo, durmo, durmo. Não faço nada. Estou doente. Odeio a televisão. Esquisito… Só minha floresta progride. Comprei alpiste e os passarinhos vêm piar e comer nos meus verdes. Não tenho máquina fotográfica, mas, hora desta peço para fotografarem e mando num daqueles papéis impressos para reconheceres a AMAZÔNIA da Beth. Tudo sombrio, com chuva e movimento sacudido pelas samambaias. Já tirei as avencas das frestas, detestam vento. Segundo PHF: “Nada oprime como se imagina que possa, calma mulher”. Mas eu repito. O que oprime é o desejo contido e a falta de verdade interior. O que oprime é o inferno de nos olharmos ao espelho e vermos o diabo: o inferno interior que não queremos revelar aos outros. Oprime a certeza da minha preguiça, as incapacidades, as ilusões frustradas, a idiota vaidade guardada intacta.  Este mesquinho egoísmo e esta opaca mediocridade. Oprime não termos a compreensão nem o espetáculo inteiro, só o palco. As diferenças de linguagem. Por que não aceitar o prazer de estar casa num dia como este? O silêncio. A possibilidade de ler. Estudar o que posso estudar. Aceitar o limite de ser apenas uma mulher comum. Uma mulher igual a todas as outras mulheres comuns. Não sou a Lou Salomé, nem Nais Nïnn. Rever, repassar, adulterar lembranças, explicar os isto e o aquilo. Não há necessidade, mas, ao mesmo tempo é toda esta necessidade da verdade, do despojamento que busco. Não vou me afobar nem me afogar em copo de água, irei mais longe. E, depois, não importa só o palco, mas o espetáculo inteiro. Até a paixão e o beijo importam. Importa que fugi do beijo e do abraço manso e lento.  O beijo da lembrança. Não peguei, nem senti; nem o suor, nem o cheiro do corpo. O nada e o tudo do sexo. Quero o vagar do recomeço. O vagar dos pequenos prazeres que irão construir o espetáculo completo. Então, a casa é o cenário perfeito aonde perdemos e achamos coisas, pessoas, cheiros. A invenção inteira. Não um quarto de passagem, limpo, liso. Os escritores usaram este método masmorra para poderem pensar e escrever, sem distrações. Pessoas e coisas nos atrapalham para pensar e interiorizar o que somos. Apenas tocar no beijo silencioso do amor renova; tudo o mais desgasta. Perde-se o tempo de crescer, de ser alguém. A escravidão. Depois, tudo repetido, nunca original. Se existe o único é o autismo interior. Será que eles têm, tiveram razão? Quando escrevem estão inteiros na loucura que a verdade impõe. Então o menor quarto, a menor casa, o mar, seriam o caminho, o meu. Tropeçamos nas coisas e na ignorância de nós mesmos, paradoxalmente, imóveis. Falta de atenção!… Ficar, assim, com joelhos esfolados, sem dedo, capengas.  Nietzsche. Adorei as convicções, as certezas corajosas: ser pessoas no livro do psicanalista: leitura para todos. Estabelecer o laço da cumplicidade não só amorosa, mas humana. Ou somos animais inferiores? Este jogo das leituras; adoro. Estas pequenas parcerias possíveis que podemos construir, sem espelho, com outra pessoa, divertido, vivo. Da galeria ficou o buraco vazio: as coisas de dinheiro, irregularidades do pouco caso me tocaram, busco solução na lei trabalhista. Deixo de ser passiva.  Isto resolvido, mas já me sinto inquieta. Sabes que estou, também, revendo a partilha do divórcio, assim, resolvo a questão de SCSUL. Bem, agora, preciso daquele imóvel. Mas, na justiça tudo é moroso, também nojento. Caminho chafurdando na má intenção dos outros, e, nos meus limites, sem dinheiro. Revolta-me a ganância, a soberba. A falta de generosidade, carinho. A mão que recebemos exige troca. Não há surpresa amorosa nas pessoas: revólveres, granadas, venenos e torturas. Nada de flores. Pão ou chocolate. Nenhum perfume. O fétido das ruas, o mau cheiro das pessoas. Tenho que marchar pra guerra e lá estou treinando o tiro com a velha espingarda de caçar pombos e patos. Tudo proibido. E eu estou lá. Não posso roubar, não consigo encontrar a forma (e roubar já é tão fácil por aqui: as cuecas cheias de dinheiro, escândalos dos ricos na política, o filho mesmo do presidente: guarda-florestal, ou similar agora empresário-fenômeno; o metalúrgico que veste Armani; como é fácil “negociar”, roubar, dar tiros e ficar com a bolsa de dinheiro, invadir bancos pela justiça) e o jeito, fico na intenção.  Não posso desprezar o dinheiro, preciso dele para viver, assim, estou na linha de frente, armada, pronta para atirar, lutar, revidar, esquartejar. Nas trincheiras q a vida impõe. Que parágrafo! AH! Se fosse verdade passar neste concurso! Resolveria as questões de direito e aplacaria a angústia. Dos erros aos acertos. Gostaria de receber um bilhete teu, uma carta, uma troca onde o selo seria o permanente para nós dois. E tudo é lento e manso. Escrever-te lava minha alma. Vou estudar. Com saudade do que não aconteceu. Elizabeth M. B. Mattos – 2012 –  Torres