Como escrever despojado quando escrevemos para nós mesmos? Sempre há intenção, sempre há julgamento, e interpretação. O outro lado. Não escreveríamos se não quiséssemos ser lidos. Sonho recortado nas imagens do desejo. Onírico, profundo: livre. Explicar quem se pensa, quem gostaria de ter sido… Quem sou. Tantas respostas prontas. A narrativa de fazer define: quantas vezes limpamos a casa, fazemos a comida, molhamos o jardim, lavamos e passamos roupas brancas? Ou cuidamos do filho, lemos. O que não lemos enquanto escutamos música. Quantas vezes nos sentamos frente a televisão! Nos reinventamos nos gestos. É o desenho principal. O que se vive ou se pensa (ou pensamos que somos). Estamos tão pouco tempo sozinhos! Elizabeth M.B. Mattos – novembro de 2012
