Enfrento

Detalhes: a largura incômoda da banheira, o apito do guarda noturno, o gosto estranho do açúcar que surpreende. O pão quente satisfatório. E o chá, apesar do gosto esquisito,  sorvido. Desgovernar-se. Universo aparentemente inseguro. Desatino. Palavras agressivas que se imaginam jocosas. Cansaço, exaustão. O silêncio chega conciliador. Mas o tédio agride. Espiando através da vidraça vai ponteado as pernas tortas desta, o chapéu daquele, a gordura da criança, a histeria do cachorro, a roupa esquisita daquela outra.  Enfurecida com o mundo… Enfrento o temporal, mas não consigo respirar. Elizabeth M.B. Mattos – janeiro de 2013 – Porto Alegre

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