O verão se espreguiça. Estica os dias na sensação de abraço. Calor, alegria colorida. Rua cheia de crianças, velhos, homens e mulheres que estão naquele estado letárgico do que denominamos férias de verão. Bares, calçadas maiores. Ilusão ótica. Odores suarentos.Quero casa limpa, crianças cheirosas. Quente este verão! Chuvoso também. Agora fresco. Cinza. O cinzento que lava as calçadas… Chuva conforta. Faz pensar. O mundo inteiro se internaliza consciente. Ou é a chuva que se apresenta pensante, assustada, ameaçadora? A natureza se espreme. Agita, transborda. Renovação necessária. Abastece o mundo de água… Mas também grita, e se desespera. Encostas escorregadiças, tomadas. As entranhas terrosas surpreendem com raízes, pedras. Movimento veloz, violento. O homem se perturba. Mutação. Peso. Agitação! Costas curvas de montanhas que gemem. Arrimos artificiais, invasores. Quando chove o céu reclama, o homem pensa. Elizabeth M. B. Mattos – janeiro de 2014 – Torres