Sem prurido

É preciso hoje, não medo, prurido, nem sombras.

Encontrei num banco da lagoa uma professora conhecida. Alegre. Saia de estampa, camiseta. Boca vermelha, olhos sombreados com verde, voz cintilante. Contou da viuvez de cinco anos, do emprego na Prefeitura de Torres, e apresentou  novo amor apaixonada. Ele estendeu a mão áspera, olhou esperto, e seguiu acomodado no banco, e nas bermudas. Simplicidade domingueira.

Segui o passeio num passo lento, arrastado, atenta as corridas da Ônix. A chuva me surpreendeu. O cinzento refrescou o dia. Os dois riam solto num abraço. Elizabeth M.B. Mattos – Torres na beia da Lagoa do Violão – dezembro de 2014

3 comentários sobre “Sem prurido

Deixe um comentário