Citações e conversa / texto, esquisitos. Desgraça. Despedaçada mulher – personagem que se decompõe na dor de apenas ser a mãe. Diário de 1Q66.
Uma jovem mulher a lamentar-se de filhos belos, mordazes, e presentes. Envelhece por dentro. Amamenta, embala, sorri, e envelhece por fora também. Lacrimeja perdida. O tango? E o gosto do prazer partido.
Mauriac, Lorca, Turgueniev, Paulo Hecker Filho, Paulo Autran, Maria Della Costa. A beleza ultraja, transgride o talento. A beleza se transforma em escudo. Cria sombras. Maria Della Costa bela, genial, mas, principalmente, belíssima! A beleza abafa, ou se aperta. O poderoso estende a mão de midas, e sufoca ao mesmo tempo que acarícia.
Em paralelo, o sofrimento sonha segredos intrusos usurpa o direito de ser apenas mulher. Maternidade escrava agravada como se para sempre fosse, apenas mater em idade. Palavra velada, ou vomitada…
A tragédia respinga, e o sofrimento se faz já ao café da manhã, com o primeiro cigarro. Pesado esforço para ser o que de fato já deixou de ser, alegria alegre… Inteligência equivocada. Emocional dividido, somos o que queremos, mas também o que não queremos.
Escrito solto num caderno azul que sobreviveu as mudanças. Devaneios, e confissões. Os casamentos nos consolam. Casamentos, bailes, e verões no ócio. Não foi a inteligência, nem a formosura que a livrou da solidão. Confusão que nos arrasta aos equívocos. Mundo paralelo. Beleza ou talento? Elizabeth M.B. Mattos – janeiro de 2015