O momento certo, palavras redondas. Não. O perfeito não mora aqui. Aliás, em poucos minutos desorganizo, empilho, reviro tudo: bagunçar a casa inteira faz parte da rotina. Estranheza, o bom momento. Limpar. Limpar pode ser obsessivo. Não escrevo. Amontoam ideias, ponderações, confidências. Atrasado este tempo,ou o dia de escrever, a pauta.
Chove outono. Cinzento. Devagar a saudade se acomoda. Leio três páginas. Arrumo a cama. Escrevo três linhas. Lavo a louça. Volto ao livro. Toca o telefone. Inquietude.
Vou caminhar até ao mar. Vazio. Pequeno. Estreito. Fora do mundo. Só mar. Elizabeth M. B. Mattos – março 2015 – Torres