Afirmações reveladoras, encontros, desencontros. Perseguição engraçada! Navegar? Náufragos, ao vento! Leituras, autores preferidos, novos. Desnudam, e aproximam a terra…
Trejeito, intenção, desculpa, olhar. Através deles o strip-tease doméstico. Será que é exatamente assim sem novidade o mundo? Sem originalidade? Somos uma réplica, ou imitação? Há que revolver, dar voltas, e voltas… Mesmice. O recorte, o gozo perfeito.
“Faço a mim própria, uma vez mais, a minha Eterna Pergunta. Que é que me torna tão difícil o momento da expressão literária? Se neste instante me sentasse para escrever algumas das histórias que estão completamente redigidas, completamente prontas no meu espírito, levaria dias e dias a escrevê-las. E são tantas essas histórias! Passo tantas horas a ruminá-las que, se conseguisse triunfar do meu cansaço e pegar na pena a valer, deveriam escrever-se sozinhas, de tal modo estão prontas até o mínimo pormenor. Mas o que falta é atividade. Todos os pretextos me servem: não tenho um canto para escrever, não tenho secretária, a cadeira não é cômoda…e, contudo, e no momento exato em que me lamento, dir-se-ia que surge, precisamente o local, a cadeira que preciso. […]
…Quando se é pequeno e doente e se está exilado num quarto distante, tudo o que acontece para além desse quarto é maravilhoso…” (p.114-115)
Fragmentos do Diário, – Katherine Mansfiel – Coleção dirigida por António Ferro. Contemporâneo, Biografias e Memórias.
























