“Quanto a ter medo dos espaços vazios entre os números, você alguma vez contou para o David que o número de números é infinito? Mais de uma vez. Não existe último número, eu disse para ele. Os números continuam para sempre. Mas o que isso tem a ver com a história? Existem boas infinidades e más infinidades, Simon. Já falamos antes de más infinidades – lembra? Uma má infinidade é se ver num sonho dentro de um sonho dentro de outro sonho e assim por diante, sem fim. Ou se ver numa vida que é apenas um prelúdio etc. Mas os números não são assim. Os números constituem uma boa infinidade. Por quê? Porque, sendo infinitos em número, eles preenchem todos os espaços do universo, apertados uns contra os outros como tijolos. Então estamos seguros. Não tem por onde cair. Mostre isso para o menino. Ele vai ficar mais tranquilo.”
Entre a rigidez e o aborrecido. Fiquei lendo, presa. Amarrada. O autor e a forma. Gosto. Fiquei do lado de fora lendo A infância de Jesus. Distopia? Existe outro J.M. Coetzee.