A Rua Padre Chagas pulsa às 21 horas de uma quinta feira – verão em Porto Alegre. Prazer súbito se cola na pele como se fosse possível sentir e suar com eles, os jovens sem idade. Estico o pescoço. Balanço o corpo e os olhos brilham. O começo. No começo estes encontros anônimos, frescos, abertos importam. Sentar num café, e agarrar, fazer saltar prazer como pipoca. Uma frase, um gesto. Um sorriso. Olhar. Olhar. Estes instantes escrevem o sentido. Certeiro, expectante. Posso me deixar ficar no meio deles. Amontoam-se para a balada. Caminhar no ruidoso. Copos de cerveja, petiscos em bandejas…, já é Rua Hilário Ribeiro. Restaurante iluminado, portas fechadas, portas abertas. Burburinho na calçada. Já estou em casa, outra vez. Da sacada, converso com eles…