Sem sem sem sem saber…

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Muita chuva. Aquela chuva pesada e forte. E o cheiro de terra nestas bandas do lado de cá. Vontade de estar do lado de lá, e ver o mar. Estar perto-longe parece pior, pior. Gosto de ter os olhos na risca cinza, depois da Ilha dos Lobos, no mar. Acompanho as mutações. Sinto o cheiro da maresia.  E confundo tudo.

….este Brasil me parece estranho, esquisito. As caravelas estão chegando, outra vez avançam em nossa direção. E vão atracar, espoliar, levar, esvaziar. Teria sido tão bom se fosse diferente, se tivessem navegado por amor. Apenas confraternizar.

E penso outra vez nas estações. A primavera, ou já é verão, (?)…   Ventosa, cinzenta. E agora com chuva pesada. Atordoada com o que ouço, vejo, pressinto. Incoerente sentimento de querer e apavorar.  Estou partida, dividida. Sepultada numa terra que escorrega, não esconde, esfola. Ansiedade. No desacerto os objetos saem do lugar. Caminham perdidos pela sala, escapam das mãos…,e, se escondem. Embora possa ser abraçada, confortada há o vazio gélido no abraço. Um despropositado caos. Esquisito não conseguir acalmar. Caminho pela chuva. Corpo molhado, mas está  ressequido, esquisito. Elizabeth M.B. Mattos – 12 de 2016 – Torres

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