Ainda não terminei de gostar de você. Ainda não terminei de gostar de nós dois. Deste tu que se mudou para o você… Ainda não entendi quem era aquela menina nem aquela jovem e a mulher que quis te tocar amar cercar e beijar. Ainda não terminei a romaria da reza ainda não terminei de te perseguir ainda não terminei de desejar. Ainda não terminei de te querer. Então! Cada dobra de papel cada três pontos cada obrigada ou cada lembrança desta memória tem gosto de permanência de fluidez impossível. Não terminei de te gostar e nem sei mesmo se te gosto! Não segui não fui adiante não vi caminho nem nada … acho que levei um trambolhão, empurrão uma sacudida e uma chuveirada gelada. Estacionei em mim mesma. Dizem que os sentimentos são assim como soluços … compassados profundos, e misteriosamente superficiais. Eu não terminei de gostar de você nem de mim mesma. Então, se me escreves estremeço e também me assusto e me excito nestes longes que é ter a idade de setenta anos … imaginas? Tu você tu nós dois você indo e eu chegando. Nós românticos. Tu irritado você longe tu tomando a esquerda da Vitor Hugo. Eu subindo a rua depois de descer do bonde. Era cheio de amoreiras carregadas o caminho … aquelas conversas regadas de chuva e ventania e fogo na lareira. Teu tu e teu eles caminham, passos largos na minha frente. Você não me espera e eu te olho do canto da sala ou da fresta. Recife, maio de 2017. Elizabeth M. B. Mattos