Vida agitada. Aguardo aquieto observo vejo e sinto calor. Tudo a o mesmo tempo e todo o tempo no movimento de ir e vir. Francisco Brennand interessa. Não consigo parar de olhar e de sentir e de estar e sonhar e acordar seguindo no sonho. Um pedaço de percepção de jeito de entender, um pedaço de coisa concreta neste olhar. Observo vejo e sinto o ir e vir como um alegro musical doméstico … A menina a modelagem a costura o desenho. E também os cães. Limpa e cozinha, lava e dobra.
Estou as margens do Capibaribe num ponto central. Grandes edifícios avenidas parques ditos – espaços verdes – maltratados pelo descaso. Estes ajardinados amarelados separam (?) enfeitam, (?) e as balaustradas margeiam o rio. Pontes ligam apontam outros caminhos. Muitas bicicletas. Um vozerio sobe e se acomoda na sala. Onde estou é fresco e sombrio. Venezianas abaixadas. Recolhimento inesperado/ importante. Os dias passam. A faixada do prédio e laterais, em obra. Um transtorno com poeira neste tempo de ser pernambucana. Fica uma leve convocação a nova visita. No entanto viajar parece aventura deslocada. E estas agitações e gritarias políticas! Desencontro e revelação velada denudas sem pudor! Espantosa corrupção! Não compreendo. Não entendo este entender que um dia depois do outro resolve, … nada se resolve, ao contrário, tudo se complica numa guerra sanguinolenta com/de violência e maledicência e tanta vergonha!
Amigo! Assim neste mês de maio estico um pensamento preguiçoso para tudo que não seja olhar o calor. Não é uma carta/ mas se propõe um chegar/estar mais perto porque sinto saudades de ti, de você de nós dois conversando, pensando, nós dois …
Olá Beth, sentindo novos ventos no teu rosto , filha perto e lugares novos.
Penso que sei como estão teus sentimentos mesclados pelas novidades e longe das tuas coisas , cachorro, teu canto protetor.
Sinto algo assim , paradoxos.
Aproveita o calor e o afeto da tua filha e naturalmente viva estes momentos do agora.
Bj
Sempre uma palavra tua me aquieta e me alegra. A carta segue num ritmo antigo, mas a experiência e este encontro com Luíza e com a arte altera tudo … e o prazer salta de dentro. Esqueço tudo o mais, guardo meu canto, minha saudade. Fiz um pacto … não foi com o diabo, mas com a vida, eu vou e não penso e não quero saber de nada que ficou (?) … VOU INTEIRA, completa, como se não ficasse sem a Ônix, nem a casa, nem meu silêncio, meu passo, nada … Então chego livre em Recife. Um beijo Dado! Um beijo meu querido.