






27 de fevereiro de 1975
Yara a quem nunca vi, me sopra um beijo na boca por telefone. Ela frisa:’Um beijo na boca’. É estranho e comovente o poder de entrega das mulheres, mesmo quando mentem, mesmo quando fingem. Há sempre algum capricho nesta espécie de doçura feminina que é superior a qualquer forma de dissimulação ou impostura. Elas se entregam mesmo quando violadas. São verdadeiras, mesmo quando falseiam a verdade.
As mulheres, no conceito medieval – quando emergiam do império das trevas e que estavam sempre envoltas com bruxarias -, não eram definidas como criaturas malignas, e sim como o próprio mal: para um bruxo dez mil bruxas…
FRANCISCO BRENNAND