Insone, inquieta. Quero minha vida de volta… Qual vida? Não sei. Minha juventude, a minha meninice, ou a infância. A infância menos, tão ou quase, ou meio solitária, perdida nas amigas iguais… A infância não preciso repetir. A meninice foi risonha, alegre, completa… Também não quero outra. A juventude, pois é… comecei a perder as coisas, os momentos certos por bobices. Mais desencontro que encontro, num faz de conta que não era bem eu, não era mesmo, era um esforço nublado. Depois fui me reconhecendo nas perdas, nos erros necessários, ou melhor fui / vou me achando… E agora estou a me perder outra vez. Mais agarro as pontas, mais longe fico do que importa, como, se de repente, o barro derretesse: não posso me molhar, não posso correr, não posso chorar nem doer… Estas interdições do proibido me deixa inquieta. E penso no quanto eu quero / preciso da minha vida de volta. Qual delas? E fazer exatamente o que com tanta vida…,pois é. Acho que preciso é de mais olhar, mais falar, mais tocar, mais responder, respirar mais, apenas isso. Não sei. Eu quero de volta… Elizabeth M.B. Mattos – Agosto de 2017 –





