Les chansons les plus courtes …
L ‘oiseau qui chante dans ma tête
Et me répète que je t ‘aime
Et me répète que tu m’aimes
l ‘oiseau aux fastidieux refrain
Je le tuerai demain matin.
Histoires poèmes de Jacques Prévert et André Verdet // Éditions du Pré aux Clercs

Desistência do amor … uma volta de não quero mais … Enquanto se ama se espia. E a imagem volta, a ideia volta, teu sorriso volta … mas não me amas de amor. Não sabes, não sei. … e o tempo não espera, já passou. E porque passou sinto a dor estranha de ausência. Saudade de mim mesma como te expliquei ontem … porque não somos … Elizabeth M. B. Mattos – 2017 –
19 de fevereiro – acordei muito cedo esta manhã, e, quando abri a janela, um sol pleno e redondo acabava de se levantar. Comecei a declamar os versos de Shakespeare:’Eis que a doce cotovia, farta de repouso …”e voltei de um salto para a cama. O salto fez -me tossir e cuspi – que gosto extraordinário! – sangue vivo. Desde então continuo a cuspir sangue cada vez que tusso. Ah, sim, confesso que tenho medo, mas apenas por duas razões: primeiro, porque não quero estar doente, seriamente doente, enquanto estiver longe de J. (é para ele meu primeiro pensamento); segundo, porque não me agrada pensar que isto pode ser uma verdadeira tuberculose – (quem sabe, talvez desate a galopar) – e a minha obra pode ficar por escrever. Eis o que importa. Como seria intolerável morrer deixando apenas”fragmentos”, “esboços”, nada de verdadeiramente acabado. (p.97)
Diário Katherine Mansfield / Coleção dirigida por Antônio Ferro

Primeiro de setembro, – fiquei a ter sonhos tenebrosos. Na cama até quase nove horas da manhã. Este cinzento ventoso acabrunha, ou será setembro chegando? Resolvo que preciso, preciso, urgentemente acordar para mim mesma. Não posso ficar a picotar apenas espiando, espiando o que imagino ser o bom … É preciso reagir. Voltar para dentro de mim mesma e acreditar que eu ainda posso fazer, posso continuar, posso ser eu mesma tranquila, sem mendigar … Elizabeth M.B. Mattos – setembro de 2017 –