Eu confesso: problema não é inventar. É ser inventado hora após hora, e nunca ficar pronto. E o desânimo completa o nada deste vazio enorme! Chegar no fundo da saudade, da ridícula e vazia saudade do que não aconteceu. Ir caminhando assim desanimada a sorrir…
Saudade do que poderia ter sido e não foi: simples assim. Esse romantismo aéreo e voante cheio de assas. Penso: no tempo de ouvir amadurecer as ameixas, e os pêssegos eu flutuava. O sol acariciava os frutos. Dourar redondezas, polir riquezas da terra. Ao amanhecer, junto ao verde dobrado da campanha… Eu era possível, o amor era possível, respirar também. Milagre, tudo certeza, tudo por acontecer… Eu não sabia. Elizabeth M.B. Mattos – dezembro de 2017 – Torres
LEMBRETE
Se procurar bem, você acaba encontrando
não a explicação (duvidosa) da vida,
mas a poesia (inexplicável) da vida.
Carlos Drummond de Andrade