O problema não é inventar. E ser inventado hora após hora e nunca ficar pronta nossa edição convincente.
“A verdade essencial é o desconhecido que me habita e a cada amanhecer me dá um soco. ” O Outro – Carlos Drummond de Andrade CORPO novos poemas – Record 1984
Por que? Por que nascemos para amar, se vamos morrer? Por que morrer, se amamos? Por que falta sentido ao sentido de viver, amar, morrer? C.D. de Andrade
Verdade. A porta da verdade estava aberta, mas só deixava passar meia pessoa de cada vez. Assim não era possível atingir toda a verdade, porque a meia pessoa que entrava só trazia o perfil de meia verdade. E sua segunda metade voltava igualmente com meio perfil. E os meios perfis não coincidiam. C. Drummond de Andrade
O poeta escreve o que importa. Pensa o que importa. Volto ao tema dolorida com o soco. Na madrugada costuro lembrança, abro a janela para respirar a noite, e na colcha, o bordado inacabado. Toda noite uma flor. Não resolvo nada, protelo mais um dia … É como estar no corredor da morte a esperar … Esperar pela inocência, ou um grito/ que anuncie: estás livre, livre, livre! Quando escrevo penso, e se penso volto antes de chegar ao portão. Preciso dar uns poucos passos para entrar no jardim das margaridas … Preciso terminar de colher as maçãs, e as ameixas. Protelo, invento, espero … Como se eu pudesse mesmo interromper a passagem/parar o tempo. E.M.B. Mattos – dezembro de 2017 – Torres
Adoro este livro – Corpo…
Mudança: O que muda na mudança,
se tudo em volta é uma dança
no trajeto da esperança,
junto ao que nunca se alcança?
Carlos Drummond de Andrade