…,porque penso sem poder pensar, digo quando preciso/quero calar, e o tempo, este dia que se arrasta, …assombra meu amanhecer. Eu me perco no passo. Desapareço na memória da tua memória. Sinto o ácido da saudade. Saudade indefinida de ti… Tu que chegas tarde, antes ou depois, por favor, me abraça. O eu do meu pensar se debruça no do teu pensar. Haverá tempo, outro tempo. Em qual praça sentaremos, distraídos um do outro. Elizabeth M.B. Mattos – dezembro de 2017 – do meio do caminho, escrevo para ti.
“Era estranho caminhar ao lado de Justine naquele outono manchado de lua, […] E lembrava de forma vívida que Justine, depois de fazer amor, sentava-se de pernas cruzadas na cama e começava a embaralhar o pequeno tarô que sempre estava na estante, na companhia dos livros – como se quisesse calcular o quanto lhe restava de boa sorte depois daquele mergulho no gélido rio subterrâneo da paixão que ela não tinha forças para domar ou apaziguar.” (p.170)) Lawrence Durrell – Justine O Quarteto de Alexandria
Recife, Oficina Francisco Brennand – foto de Luiza M. Domingues