… , coisas de Clarice Lispector, sim, sempre ela. Ninguém queria que ela estivesse lá aonde ela estava … Hoje não resisti, não escrevo, vou citando, usando:
“[…] assim como uma pessoa vai pouco a pouco se habituando ao escuro e aos poucos enxergando”
” Queriam elogiar a vida e não queriam a dor que é necessária para se viver, para se sentir e para amar. Eles queriam sentir a imortalidade terrífica. Pois o proibido é sempre o melhor.” (p.64) Clarice Lispector Onde estivestes de noite
Vou querer saber onde estavas nas noites que não te encontrei. Nas noites que não me pensas nem me queres, porque sou praga desajustada, marca de amado amor. Sou eu. Depois joga fora. Sou eu arrastando esperando para que não sintas vergonha, para que não sintas dor. …ah! meu amigo, sou eu te amando sem explicação, dizendo que te gosto agora. É meio ridículo tudo isso: os braços desanimados, as pernas, os babados, a barriga… tudo lamentável. Mas eu tenho olhos! Que gostes dos meus olhares, o resto, descartas. E se te gosto quero saber ONDE ESTIVESTE DE NOITE. Depois eu me acalmo. Eu sei: estamos blindados. Motivos diferentes, mas blindados, …e isso é/pode ser/ encenação. Não estamos protegidos. Vamos ao palco. Será que nos beijaríamos? Desconexo. Elizabeth M.B.Mattos – setembro de 2018 – TORRES








