observações da madrugada

Errei, errei errei, eu errei porque te espero: este querer sem pessoa, solitário.

Não amei os amores como deveriam ser amados… Fiquei esperando o homem certo no bom amigo, abraço certo, beijo certo, este amor tão incerto!

Se tu me encontraste menina, por que me deixaste ir mulher? A idade do tempo te assusta: reclamo, entristeço, mas estás certo.

Tarde. Tão tarde! Tão entardecer! Tão lágrima!

As histórias se confundem: todos os amores se completam quando se encontram aos vinte anos, aos trinta, aos cinquenta, quem sabe aos setenta e quatro anos. Estou abraçada nos número pares.

Envelheci. Sigo a procurar…  Aos tropeços.

Contramão do amor. Histórias partidas, equivocadas. Tento voltar ao inteiro (não adianta). Fatalidade! A cada pessoa, uma trajetória. Pela minha janela, o azul.

Consciente ou inconsciente aquelas palavras amontadas, tardias, inesperadas me fisgaram…

De natureza alegre sim, amarrada. Tumultuado desencontro, malbaratado. Penso no  velho-novo, alegre amor.

Parece tarde talvez seja, talvez nem existas: ilusão no teu tempo. Também malbaratado, ancorado.

Confesso: eu atravesso as coisas. No meio da travessia não vejo.

Tu estavas entretido na ideia de lugares de saídas e de chagadas: não foram as nossas, segues! Conseguiste chegar, eu estou / fiquei no meio do caminho! (anotações do caderno vermelho) Elizabeth M.B. Mattos –  maio de 2019 – Torres

 

 

 

 

3 comentários sobre “observações da madrugada

  1. Esperava tua leitura: o caminho rumo ao amor pode ser cheio de percalços e desvios. A vida nos acorda aos poucos. Importa o caminho… obrigada por participar e te envolver no Amoras.

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