Espiar, olhadinha, ousar deixar ficar pode ser… não sei. Estou travada, Endurecida, susceptível, desanimada, sem encanto, sem voz. Há de passar. Espero. que o peso do dia da noite não me faça desaparecer.
Ainda não fui ao correio embora teu livro esteja na cabeceira da minha cama empacotado.Uma desculpa: ser lenta. Será que vais gostar da singela leitura… Não gosto de recomendar livros, e mesmo ainda de presentear. Repenso. Espero um gesto, uma voz. Uma flor, um ramo de jasmins…
“Nós, leitores, espiamos a biblioteca dos amigos, mesmo que seja só como distração. Às vezes para descobrir um livro que queríamos ler e não temos, outras saber de que se alimentou o animal que está à nossa frente. Deixamos um colega sentado na sala e na volta o encontramos invariavelmente de pé, fuçando nossos livros.
Mas chega um momento em que os volumes cruzam uma fronteira invisíbil que se impõe por seu número, e o velho orgulho se transforma numa carga fatigante, porque o espaço será sempre um problema. Preocupa – me com o lugar onde colocar uma nova estante quando chegou às minhas mãos o exemplas de A Linha de Sombra, que volta, desde então, sob a forma de uma perpétua advertência.” (p.21) Carlos María Domínguez – A casa de Papel
Nós posso definir onde começa nem onde termina a relação que estabeleço com uma pessoa (qual o meu limite / onde a vontade dela : será indiferença / qual sentimento / sentido? A linha de sombra delimita, O que preciso para avançar / atravessar o que nos separa? Ou isso ou aquilo? Quando? Quando será possível, ou fácil? Ou nos perderemos um do outro definitivamente? É preciso chegar. Não sei. Estou impotente, azeda e presa, enraizada. A leitura das revistas, A saudade de mim mesma, o tamanho deste poço em que me enfiei. Ainda não encontrei água, Elizabeth M.B. Mattos – julho de 2019 – Torres
Limite que delimita a individualidade, a tua transparência em ser… se os códigos estão corretos não haverá problema em enxergar o outro da forma que ele é, com qualidades e defeitos.
o uso dos códigos, os corretos e o outro, somos nós mesmos