Amei /amaste / amamos solto. Fácil o mapa do nosso corpo. A cada surpresa outra certeza de prazer. Não conversávamos, nada tínhamos a nos dizer que não sentíssemos. Éramos, os dois: gosto / tato e o cheiro, o mesmo. Sem filosofia, sem psicologia, sem literatura. E sem medida que não fosse exaustão. O riso num copo, o mais lindo. A pequena sacada aberta e as flores por todos os lados emolduravam dias e noites. Horas desavisadas em que nos víamos coloridos. Tínhamos por inteiro um ao outro. Desejo ardido. Posse. Acelerava sem medo da velocidade, das ultrapassagens nem da chuva nem da noite. Nem das madrugadas. Então, não tínhamos pressa porque estávamos entre abraços. O brinquedo da alegria e da brejeirice. Não pretendíamos mudar nada, alterar nada, concluir nada, não medimos a distância, a vida, os interesses. Usufruímos. Elizabeth M.B. Mattos – novembro de 2019 – Porto Alegre – Torres – sem medo da verdade. E não estás mais aqui!