22 de junho de 2020 segunda-feira, invernosa? Não, ainda outonal. Ontem fez um calor de verão abafado. Temperatura do planeta, surpresa e contração. Preciso me adaptar e reagir conforme o dia amanhece. Acordo, cada vez mais, com menos vontade de levantar e fazer qualquer coisa… Desânimo. Nem o café da manhã, um dos meus antigos prazeres, entusiasma. Talvez se eu comprasse flores, ou se pudesse pintar a casa, trocar um lustre horroroso que comprei por engano, aliás, mais de um. Talvez se eu pudesse caminhar mais sorrir melhor ou… enganos aborrecidos. Se eu pudesse voltar aos mais queridos. Conversar com Fernando ou com Nilton, Magda, Ana Helena, Suzana, amigos: comer balas de gomas e ser alegre outra vez. Talvez eu pudesse conversar comigo mesma sem reservas. Não. Não consigo progredir, estou atravessada naquela angústia caseira mal acabada. Estou doente. Doente do mal maior, o que chega silencioso e se instala no centro da sala colocando tudo em desordem. É vou indo pelas beiradas… Elizabeth M.B. Mattos