“Quero acariciar o tempo”, Teresa

“O Tempo que me interessa é apenas o Tempo que eu fiz parar e do qual minha mente cuida com toda a atenção.“(p.402)

Fico a me deter no amanhecer cinzento, pós chuva e frescor / cor/ ardor/ dor, (estou presa nesta rima Nabokoviana, como se fosse pedaço meu. Efeito da bebedeira borbulhante desta leitura. Não. Não aconselho. Transito/vou/caminho por cavernas estranhas e peculiares ao descontrole de amar. Estou intensa, esfuziante o que responde ao comentário ardente / ardoroso/ amoroso do Fernando.

[…] “Presente é a extensão de tempo da qual temos uma consciência direta e efetiva, com resquícios de Passado recente percebido ainda como parte do momento imediato. No tocante à vida cotidiana e as confortos habituais do corpo(saúde razoável, músculos relativamente fortes, a possibilidade de respirar a brisa verde e de sentir ainda na boca o gosto mais deliciosa do mundo – um ovo cozido), pouco importa que não possamos jamais gozar o verdadeiro Presente, que é um instante de duração zero, representado por uma bela mancha, assim como o ponto geométrico não-dimensional é representado por um sinal bem visível em tinta impressa num papel palpável.”(p.410) Vladimir Nabokov – Ada ou ardor

Teresa, minha amiga, como agradecer a indicação desta leitura plural, intensa! Sigo presa ao livro (todas as despedidas de amores ardorosos demoram a sair do corpo, apontam/despontam numa coceira irritante, prazerosa). Palavra, expressão, ou afirmação me faz ou me leva a refletir. Vocabulário. Filosofia, botânica, ou viajar pela Suíça a brincar com sabores e perplexidade. A vida proibida do amor, e as implicações diabólicas. Este é Nabokov.

Quando eu era menino, disse Van, e visitei a Suíça pela primeira vez – não, pela segunda -, pensei que ‘Verglas‘ (gelo derrapante) nos sinais da estrada era o nome de alguma cidade mágica, sempre além da próxima curva, no fundo de cada descida cheia de neve, nunca vista, mas esperando para aparecer na hora certa.”(p.415)

Não posso dizer nada que não seja sorrir… Acompanho a viagem /o prazer / a surpresa de quem conhece a Suíça de anos e anos.

Através do livro Lolita conheci os Estados Unidos, longa viagem de carro. Agora estou noutro lugar, noutra temperatura… Amo viajar.

Elizabeth M.B. Mattos – novembro de 2020 – Torres

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