Esta coisa de morar aqui e ali, sem raiz nem vontade, aos pedaços disso e daquilo. Parte a pessoa ao meio, ou tira os pedaços certos de lugares errados (pra contrariar) – um remediado partir e nunca voltar. Coisa esquisita envelhecer! Além de virar mapa: rio e monte, encosta , lagoa e gramado, alado (pra rimar) inquieta o corpo. Lógica incerta, mas sem gosto. Fatal. Direta. Não sei. Como sempre fui para lá e pra cá, não sei o que é ficar nem acertar. Tatear o gosto, respirar o corpo, sentir o tempo no ar arejado de… Não voltei. Inventei mar, passado, achado tesouro, amor amado, inventei. Luz de fogo ou de sol. Incerto. É a vida. Vontade de jogar tudo no colo da mãe esbravejar, arrancar lógica deste ir e voltar. Se não não era pra voltar… por que ficar… Enquanto escrevo volto ali, e chego aqui, revejo, não enxergo. É tudo raiva de envelhecer, deste aquietar forçado e tenso. Inquieto desejo de desejar. Apenas deixar ficar… o certo, há que remar, esbravejar e reconquistar tudo outra vez, a ideia primeira de querer amar e ficar. Elizabeth M.B. Mattos – fevereiro 2021 – Torres

é tempo de se apaixonar pelas raízes fincadas
que bonito isso, tinha que ser poema, tinha que dizer tanto…”raízes fincadas” perfeito