Não adianta dormir de dia nem se esconder de noite. Não adianta escrever ou deixar de escrever, não atender ao telefone. Apagar o sentimento, escabelar o sorriso, olhar distraída. Nem caminhar leve, despentear a cabeleira, enfiar o chapéu. Vestir preto, misturar com o cinza, ou sair de branco. Não adianta olhar pela janela, achar que sim…,
és obstinado, correto, certo, descomplicado (desfazes desencontros, e pontuas), fiel, compenetrado, azul, um pouco verde com amarelo, cheiro de capim, galho poderoso. Tens terra no corpo, e a lembrança em broto, esqueces. Não lês, não desenhas, não brincas, não jogas nem cantas. As voltas que dás, estes cafés que bebes, estes acertos…, ah! este jogo de xadrez! Este teu riso na cerveja, o bocejo na caipira, esta carne de panela… Eu te espio, eu te sigo, eu durmo contigo no sofá, enrolada, depois vou embora do sonho, e tu ficas… Eu volto para fechar teus olhos, e tu dormes até às 10 horas da manhã na preguiça do frio: janelas fechadas, cobertas pelo chão. Se eu te contar o tamanha das caixas! Faço mudanças, vou viajar, volto, igual te levo por ali, e por aqui. Não vês. Eu te sinto. Elizabeth M.B. Mattos – junho de 2021- Torres hoje o mar molhou meus pés e eu corri na praia, atrás de ti…



