Deixo acontecer encolhida, alerta: não interfiro, por um tempo… Depois escrevo/escrevo bilhetes, cartas, pondero. Será que ele quer descobrir como eu reajo a certas ideias de resiliência? Ou ele deixou implícito que quis compartilhar seus tesouros comigo, aquelas formas tangíveis diante de nós como evidências de força e confiabilidade, mas, simultaneamente, surgiram os tesouros intangíveis e imensamente mais fascinante…, e estes não podiam ser dividivos.
Qualquer que fosse sua ideia, eu queria então, como de outras vezes, condescender, queria retribuir, da forma mais discreta possível, a cortesia que ele me fazia de forma tão sutil. Se aquilo era um jogo, uma espécie de meio indireto de descobrir algo que talvez o guardião ou censor de meu inconsciente estivesse ansioso para me esconder dele, bem, eu farei o possível para participar desse jogo, este jogo de adivinhação ou o que quer que fosse.
Assim mesmo, passado, presente, pretérito ou futuro, ou nunca, ou um risco, ou um “assim eu sou” silêncio – invento, respeito, apago, recomeço, invento outra vez. Elizabeth M.B. Mattos – agosto de 2021 – Torres