Adélia Prado

Petrópolis – Rio de Janeiro – 1995

Tomo emprestado estes versos, estou em todos eles, assim, inclinada sobre cartas a serem rasgadas, sonhos manchados, entendimento picotado. De que adianta acreditar?! A vida semeada de descrença e desavença! Ah! Se eu amasse certo, na hora certa, o homem certo. Estou sempre/ou quase sempre no avesso das histórias como na história do menino-homem-inimigo engenheiro… Tão sem jeito ou caráter, marido, pai e avô, mas nem um pouco generoso ou gentil. É assim a vida como nos poemas de Adélia Prado, como nas margens do que escrevo/não escrevendo. Elizabeth M.B. Mattos – agosto de 2021, um dia tão quente! E eu tão triste! Versos colhidos e relidos, lidos. Grande poeta!

Desde um tempo antigo até hoje,

quando um homem segura minha mão, saltam duas lembranças guarnecendo

a secreta alegria do meu sangue: […]

Adélia Prado Gênero

O amor quer abraçar e não pode,

A multidão em volta,

com seus olhos cediços,

põe caco de vidro no muro

para o amor desistir.

O amor usa o correio,

o correio trapaceia,

a carta não chega,

o amor fica sem saber se é ou não é. […]

Adélia Prado Corridinho

Estreito

[…]

Céu que adensa,

vento,

Papéis no redemoinho levantados,

esta sede excessiva

e ciscos.

[…] Adélia Prado

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