quando amam, não desejam

Aqueles nós/voltas ásperas das leituras. O apertado se revela, e se mostra, e floresce… Se um galho quebra, recheado de flores, eu recolho. Olho, lamento, mas não abandono, corro com a tesoura, ajusto a poda e fotografo, depois volto a leitura, e a leitura me leva para a transcrição, e transcrever me faz pensar: o cinzento de um dia, no mínimo inquieto, atravessa a casa. Afinal eu gosto. Sinto prazer, o tal desejo pelo desejo. Não estou abandona, eu vou ao teu encontro JMCKLHZ, todos os dias. Vício de amar.

Quando amam, não desejam, e quando desejam, não podem amar. Procuram objetos que não precisem amar, de modo a manter sua sensualidade afastada dos objetos que amam; e, de acordo com as leis da ‘sensibilidade complexiva’ e do retorno do reprimido, o estranho malogro, demonstrado na impotência psíquica, faz seu aparecimento sempre que um objeto, que foi escolhido com a finalidade de evitar o incesto, relembra o objeto proibido através de alguma característica, frequentemente imperceptível.” S. Freud Sobre a tendência universal à depreciação na esfera do amor “(Contribuições à psicologia do amor II). ES,XI, p.188-189.

Ele confirma que a realidade psíquica é uma forma de existência particular que possui suas próprias leis e que não deve ser confundida com a realidade material. É, aliás, durante essa análise que Freud, em 1912, escreverá Sobre a tendência universal à depreciação na esfera do amor, onde abordará a divisão entre as duas correntes da vida amorosa, a corrente afetiva e a corrente sensual, como sendo sintoma de um desenvolvimento incompleto.“(p.164) René Major e Chantal Talagrand – Freud

Com esta chave / esta leitura abro a porta da explicação – abandono. Sim, de repente / entre três palavras tu me abandonas sem que eu possa entender, e eu nem questiono: aceito. Estaria eu penetrando no domínio dos teus amores / era apenas desejo a nossa presença no café, no jardim das margaridas, e o Pinot Noir? Não podemos, nem eu, nem tu nos permitir amar, nem arriscar. Constato. Desarrumo relação sem desejo, de tal forma e me pergunto alguma vez amei?! Constato. Nunca o tempo suficiente para o amor, apenas amar o desejo e a sedução. Elizabeth M.B. Mattos – Torres – agosto de 2021

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