se eu fosse apenas eu, tomaria uma xícara de café com leite, escutaria música e voltaria a dormir, se eu fosse apenas eu, as horas seriam preenchidas com o livro escolhido, ou eu telefonaria. Eu telefonaria para saber de ti…, eu te acordaria, ou eu te interromperia, ou eu iria te encontrar. Quantas vezes peguei um táxi às duas, ou as três horas da manhã para te ver!? (risos) Quantas vezes não te deixei dormir? E, eu, eu se fosse eu estaria te amando desorganizada e. Tu estarias me amando com todas as gentilezas possíveis e abrindo todas as janelas, e as portas-janelas. Nós começaríamos o dia agora/outra vez: a noite chegou para contrariar a natureza, nós dois acertaríamos ser dia outra vez. E tu estarias entre indignado e risonho… Fui me olhar no espelho: o rosto levemente inchado, deformado, meu rosto. O pescoço me dói, as costas…, vou esquentar o leite. Comer um pedaço de pão. Caminhar na calçada um pouco a pretexto de levar a Ônix, não vou ligar a TV. Coloquei um disco na vitrola, tenho dor de cabeça, mas preciso ‘maneirar’ com os comprimidos, controlar as pílulas. Eu deveria ter dormido na hora do sono, fui esticando…fiz isso, aquilo, e mais aquilo, pra escapar, prolongar, errado. A rotina. A rotina exata, ,milimetricamente, a mesma. Qualquer coisa fora da emoção, somando, sacudindo, e acontece assim…desarruma tudo. E estas pessoas novas precisam ser controladas. Precisam se adaptar. Céus! O leite vai esfriar. Vou tentar descobrir o livro. Estou detestando todos os assuntos possíveis: quero uns beijos distraídos, quero beijos e aconchego. Talvez a Magda traga o livro certo para “me agarrar”, ou eu talvez eu devesse fazer uma pequena viagem, ou até o Rio de janeiro, ou até Florianópolis e andaria de bicicleta…caminharia, e tem o aniversário da minha sobrinha, da minha irmã, sairia da casca. OU talvez amanhã eu vá passear pela cidade. Fazer compras. Chamar a moça para lavar os vidros. Talvez eu devesse sair…Elizabeth M.B. Mattos – outubro de 2021 – sair de Torres e festejar as festas



