“29 de agosto de 1870 (noite). – Meu pecado é o desencorajamento; minha desgraça, a indeterminação; meu pavor é ser enganado, e engando por mim esmo; o meu ídolo é a liberdade; a minha cruz é querer; o meu entrave é a dúvida; a regeneração; o meu gosto mais constante é a psicologia; meu erro frequente é desconhecer a ocasião; a minha paixão é o inútil; o meu fraco, ser amado e aconselhado; a minha tolice, viver sem finalidade…
Tu não libertaste a tua individualidade, não descobriste a tua missão, ou pelo menos estás sempre recaindo no indefinido a esse respeito. Detestando escolher, resignar -te, limitar -te avançaste somente em um ponto, o conhecimento de ti próprio e em linhas gerais o conhecimento do homem. Quanto a todo o resto, recusaste, declinaste, perdeste. – Podes dar conselhos, esclarecer, tornar compreensível. É alguma coisa? Mais valeria pregar, pelo exemplo, sobre a educação de si mesmo.”(p.160) Henri-Frédéric Amiel – Diário Íntimo
E toda reflexão, qualquer entrega, ou confissão se esparrama por 2021. Alerta ao tempo/período estacionado, ou as ponderações -, a cada pressão…, sim estou engasgada nos mesmos sonhos: quero sonhos, pastéis, sanduiches prensados, bolo de chocolate e uma casa sem espelhos -, estupidez envelhecer… Envelhecer não traz ciência nenhuma. E a leveza da noite engasga o sol do dia. O que é preciso ser dito se atravessa: pratas na mesa posta, copos de cristal, e louça especial = mansidão (imaginação). O perfume das flores. Eu te abraço com ternura, entrego meu corpo, e o beijo, despejo no olhar. Elizabeth M.B. Mattos – outubro de 2021 – Torres
