O amor de transparências, ausências carregadas de tantos plurais, e golfadas de ar. Pelas bordas, pelas frestas, pelo porta aberta, o vento, e as mutações… Os galhos das figueiras! E as particularidades azedinhas do doce de leite! Sou eu a me reconhecer no amor: então, vale o céu cinzento. Elizabeth M.B. Mattos – janeiro de 2022 – Torres

(…), a família eletiva os anos desenham, e, sem surpresas irmão, filhos mães e pais, tios, primos e amigos

E, o mais estranho nesta passagem de vida, nesta temporada de epidemias e doenças e provações, estamos a sobreviver, sim, queremos seguir, mas as relações, os encontros e desencontros, atropelam. Penso no fantástico livro A Montanha Mágica. Não estou sabendo explicar, ou a vida explode em amor explícito, ou fica como um rastro…Pablo Neruda, Thomas Mann, Virgínia Woolf, François Mauriac ou Ernesto Sabato, ou todos eles, e os que chegarão. Ou Pablo Picasso, Iberê Camargo, apenas os gigantes, ainda Paulo Hecker Filho. Ou Karl Ove Kausgard, por que o esqueci? Porque são muitos amores amados, e, ainda Flávio materializa o impossível, a cinza, o nada. Não existe meio termo, mais ou menos. Amanhã tento explicar. Tenho protelado tudo, como se o dia fosse maior, e a noite um cochilo, mas não tem sido assim, preciso reagir. Roberto? Onde estão as tuas cartas? Atravessadas. Preciso sentar conversar e beber café, comer bolo. Rir um pouco. Preciso saber de ti. Geraldo, tu não consegues me explicar, não consigo entender, não consigo aceitar o entre atos. Como escrevi antes, estou encolhendo. Fico aflita, ansiosa, inquieta, atenta, mas sigo encolhendo.
“A sensação de felicidade que experimento não me ocorre exatamente como um turbilhão, está mais próxima do prazer e da tranquilidade, não importa, tudo é felicidade!”(p.35) Karl Over KNAUGARD – A morte de meu pai