A mais forte, a gritar poderosa, depois a constante, feliz, no ritmo, e, também a que se propõe chegar de gala, vestida de cetim, brilhante e exibida, depois a que desenha. Não importa: a orquestra toda enche o coração de música e de alegria. Escancaro as janelas para recebê-las, eu me identifico.
Ah! Todos os sentimentos me espiam, fechei o quarto, passei a chave. Tudo que disseres / a mínima palavra / soará como um tambor. Silêncio me parece o melhor discurso. Tenho vontade de visitar meu amigo Nilton, bater na porta, assim sem avisar e aceitar um café. Ficar enrolada na paciência da Silvia e aceitar as horas todas… Por que não fixamos regras para esta conversa, o possível era tão possível que todos, os infinitos dias, eram nossos… Desculpa! Um dia resolvi que era basta. Incomodava-me meia taça, incomodava o meio horário, e, eu me chateava com a meia voz. Desliguei o telefone. Desliguei os amigos, desliguei o jardim, empilhei os livros, enrolei o tapete e fiquei em Torres, definitivo em Torres. Mas, espicho os olhos para o apartamento em Porto Alegre / sem mar, mas com morro / com surpresas / carregado de vizinhos e aborrecimentos. Aqui estou na paz absoluta, mas será paz o que desejo? O que preciso. Vou atrás da inquietude mexida que elabora… Já parou de chover. Elizabeth M.B. Mattos – março de 2022 – Torres
Vou colocar batom, pintar os olhos, pendurar uns brincos. Aos poucos! Revisar as roupas e amarrar o tênis, fazer massagem e caminhar um pouco mais. Espiar as vitrines. Molhar o corpo. Tu vens! Por ti, por mim, diminuo barriga e deixo de ser preguiçosa. Uma plástica? Alguém me faz? (risos) Tudo pela vaidade. Alegria de te amar. E faço cachos nos cabelos. Não sei concordas! Ah! Eu vou pintar os cabelos, umas mechas…, mudar o visual. E nem menciono o mar! Assim não acreditas, mas quem sabe me mudar para mais perto da praia, um pouco mais? E colocar os pés na areia…
Morar perto do mar é sempre bom…viver …se amar.
com certeza, faz diferença, faz colorido