Travada, sem vontade de me mexer, calor colado no corpo. Não o quente das delícias da juventude (sei que pensaste nelas), nem o mergulho no mar, ou o gosto das férias, nem o prazer das chuveiradas geladas. Calor colado no corpo, incômodo. Acho que me fazes falta neste verão! Ou sou eu com saudade?! Inacreditavelmente quente (a saudade e o verão)! Ora, ora! Os resmungos ficaram diferentes! E como! Porque estás longe, simples assim. Complicado como pode ser complicado. Coisas de ausência. Bom! Dei o primeiro passo, escrevi. Não. Ainda não te contei das leituras, da música, nem das invenções culinárias (risos), muito pouco deste perfume de jasmim…, nem das caminhadas, nem das noites insones, muito menos das exageradamente sonhadas. A palavra é saudade! Velha e desgastada saudade de nós dois, tu comigo, eu contigo. Começo a entender da mencionada e exagerada dependência… Coisas de gostar! Eu valorizo o comigo, eu e eu, o silêncio, e confesso: valente egoísta. Hoje, meu querido, estou ardendo: afiada saudade! Elizabeth M. B. Mattos – março de 2022 – Torres – janelas escancaradas no prazer sombrio de uma possível chuvarada. Que venha!

