Estamos em dimensões diferentes / a cada encontro sinto isso…, tão próximos, e, tão completamente separados. Uma história nova: a cor dos olhos, ou o cabelo, o passo: sim o caminhar deveria ser diferente. E as mãos? As mãos são perfeitas, a fala perfeita. E o que posso te dizer?
De dentro de um túnel que não termina…, não parei de caminhar, nem de pensar, estou mesmo a correr. Cansada, eu interrompo a pressa, não o passo. Devagar, eu sigo. Não imaginas a velocidade dos carros: o barulho, a poeira, e, às vezes, o silêncio. Quando voltar, eu vou te contar, em detalhes. Teremos horas horas e horas: um bule de chá, insisto. Eu gosto de café, tu sabes. Evito. Tenho comido menos, mas, ainda não emagreci. Apenas como mesmo. Durmo pouco. O desânimo grudou no meu corpo. Eu me deixo ficar na cama. Deveria voltar a trabalhar. Vou te contar com/em detalhes, não hoje. O ciclone não passou por aqui como deveria. Estamos na expectativa. Assim mesmo, ficamos quietos, parados. Esperar não é fácil. Tem qualquer coisa de florescer… Vou voltar a deitar, ficar quieta. Estou a reaprender sobre imobilidade / esvaziamento, paz e silêncio. Elizabeth M.B. Mattos – maio de 2022 – Torres

