A memória tem narrativa própria. Guardo, cuido. Fotografo eventos. Posso, galhardamente, recolocar /priorizar valores em seus devidos lugares. Julgo com sentimentos ressentidos/apertados…, de repente, aperto com alegria. A exaustão aperta o corpo. Tantas / muitas vezes eu me afundo na fantasia. Aquela fantasia/proteção: não quero me machucar, não gosto de sentir dor, nem ‘me despedaçar’ na sobrevivência, esqueci. Esqueço o fato. Claro! Memórias/narrativas iluminadas pelos pais, pelos tios, pelos avós. Todas as vozes importam. Importam? Estou a me perguntar em qual porão, em qual sótão remexer? Cada personagem tem um olhar/ um sentir / então, então, a gente se perde. Digo se perde da objetividade. A narrativa e a memória são tão absurdamente pessoais que o confronto gira no absurdo. Quem disse /contou o quê em qual momento… Complicado avaliar/reavaliar. A fala tem peso: emoção remexe o fato! As biografias precisam ser documentadas: a pesquisa familiar, uma jornada especial. Complicada. Os espelhos do tempo refletem um no outro, um outro…Reflexos. As cores se misturam / e se modificam, os pintores são precisos. O quadro está definido no seu finito / na moldura. E conversam entre eles a uma distância razoável, mas é aquilo, e ponto / o finito. Elizabeth M.B. Mattos – julho de 2022 – Torres
Interrogações exigem respostas. As palavras se transformam. O trabalho… Uma metáfora. Complicações versus sentimentos.

