Conseguimos decidir: escolhemos a casa com jardim pequeno na frente, um canteiro, a bem da verdade, um portão grande, curiosamente, pintado de rosa. As janelas vermelhas forte/ vermelho sangue e a porta vinho. Suponho que as flores, hortênsias margaridas, duas roseiras, nos darão trabalho. Tudo parece em bom estado. E tem uma chaminé, uma lareira com um canto para assar pão. Duas quadras do apartamento, cheiro de mar. Uma grama mal tratada, mais terra do que gramado.
Como o João me advertiu, senti um pouco de medo, parecia desprotegida a casa. E a inquietude me agitou num ir e vi frenético como se testar portas e janelas pudesse me contar da paz a das boas histórias. Uma aventura meio deslocada, numa vida desfocada, de aventura. Dois anos! Seriam dois anos a dormir escutando o mar. Elizabeth M.B. Mattos – agosto de 2022 – Torres
