está tudo fora do lugar

Relações se fazem na rede familiar escolar e vão se cruzando, e terminamos por nos reconhecer, …o meu ócio inventado me confunde. Tanto enredo de livro, tanta calçada sem passo… Tanto tempo livre para me pensar que me esqueço… E vou pelo atalho, e me apresso. Ilumino uma ideia escureço a certeza. Encho de vermelho a raiva e escondo o cabelo branco, e o pudor. Um amigo diz/ explica que por viver assim sozinha, isolada eu me perco, e choro, e acabo rindo/ falando/ explicando em hora de calar. De natureza solitária sim, mas será que eu quero mesmo este silêncio todo que me cerca? Desligo o telefone. Será que eu entendo o que estão a me dizer? Atropelo/interpreto/ acelero. O gesto se agiganta e se transforma em abraço, a voz em beijo, o olhar imobiliza, o presente se agita… O toque do telefone me ensurdece. E a tua voz, aquela especifica voz que o meu imaginário espera não chega… Não escuto. Não é nada como eu imagino. Droga! O chocolate me deixou imediatamente obesa. A ausência me ensandeceu. O desejo desempacotei ontem, e me deixou insone, era para ser prazer. Não escuto voz nenhuma, não vejo fantasmas, mas juro que as coisas não estão no lugar que deveriam estar. Caminham, mas não vejo. Sinto um frio danado, ontem foi primavera, e antes de ontem verão, eu queria mesmo o outono. É no outono que eu me sinto melhor. Hoje faz frio, um frio de cortar. Estou no sonho errado. Encontrei o ponto, o começo deste enredo amoroso e descabido (quando se envelhece estas histórias, ou estórias de amor tem uma qualquer coisa de ridículo, de fora do lugar). Entrei na contramão. Era texto, não passava de um escrito, de um emaranhado de ideias, um novo livro. Brincadeira literária! Quem escreve vira logo escritor, quem dança dançarino, e quem mexe com tintas pintor. Quem conversa, quer apenas conversar não quer fazer amor. Sensualidade, erotismo, desordem, espontaneidade impetuosidade que confusão! Não existe paciente sem doença, mania compulsiva de ler até o que não está escrito… Droga! Está tudo fora do lugar. Elizabeth M.B. Mattos junho de 2017

 

 fotos: São Paulo / pedro moog

Luiz Alberto Py

A capacidade para suportar a incerteza também faz parte das qualidades que garantem a saúde mental. Uma das características mais constantes da doença mental mental é a dificuldade de conviver com a dúvida. A necessidade de ter certeza, gerada por esta dificuldade, costuma fomentar  a tendência para o auto-engano, ou seja, para o doentio hábito de mentir para si mesmo. Os psiquiatras ao trabalharem em hospitais para doentes mentais, constatam que o fato de um internado começar a duvidar de suas certezas e a se questionar, aceitando a possibilidade de estar errado, é sinal de melhora, é sinal de que os remédios e o tratamento estão fazendo efeito. Neste sentido, não há diferença entre a doença mental grave que leva uma pessoa à internação e o fanatismo político-religioso, constituído de certezas absolutas que não admitem questionamento,  e que por vezes trata com violência os seus adversários. Esses fanáticos, tanto os políticos quanto os religiosos, têm trazido ao longo dos séculos grande sofrimento para toda a humanidade A diferença entre f’e fanatismo se evidencia no fato de que há mais fé em uma dúvida honesta do que em todas as crenças irredutíveis.” (p.94-95) A Felicidade É Aqui, Luiz Alberto Py – Editora Rocco Rio de Janeiro, 2003

 

 

um homem muito lindo

Nós nos olhamos e sorrimos quase parando, não, apenas olhando, e no olhar outro sorriso. Não é a primeira vez que ele passa passeando, ou se vai em direção contrária…  A lagoa tem milhões e muitas tantas voltas, e sempre vejo o mesmo, a mesma… Hoje me peguei pensando, se ele passar outra vez, se ele sorrir, mesmo escabelada, enrolada em qualquer manta vou perguntar, tenho que perguntar:

Nós nos conhecemos, ou tu és mesmo apenas um homem muito lindo? Elizabeth M.B. Mattos -2017 – Torres

fazendo força

leis do desengano

Em obediência às leis do desengano, o desobediente Sabbath começou a chorar, e nem ele mesmo podia saber se o choro era uma encenação ou a expressão genuína da sua desgraça. E aí sua mãe falou pela segunda vez naquela noite  –  na cozinha,  agora, e tentando consolar o seu único filho vivo.

–Isto é a vida humana. Há uma grande dor que todo mundo tem que padecer.

Sabbath (que gostava de pensar que, desconfiando da sinceridade de todos, se mantinha um pouco prevenido em face da traição de tudo o que existe no mundo): enganei até um fantasma. Mas enquanto ele pensava isso —  sua cabeça apenas um saco de areia pesado e soluçante tombado sobre a mesa –, pensava também: ‘E, na verdade, como desejo chorar!’ “ (p.168-169)  O Teatro de Sabbath, Philip Roth Editora Companhia das Letras, tradução de  Rubens Figueiredo, São Paulo,1997.

E quando a gente pensa que tudo terminou, passou, vem aquela vontade incontrolável de chorar e a certeza de que não aconteceu, não aconteceu, não aconteceu … não aconteceu. E todos os anos de preparar o coração e o sentimento para equilibrar o corpo e a vida  um engodo,  um nada. Cai na primeira armadilha amorosa e fiquei toda machucada … Ontem não chorei, mas hoje o céu está exatamente igual a todos os dias. Então voltar para o livro de Philip Roth parece cura eficaz, mesmo enquanto choro lamento,  … e repito/penso/ e digo: “vai passar, vai passar, vai passar, … não era nada tão perfeito assim, era tudo enrolação mesmo. Vai passar …” Elizabeth M.B. Mattos, junho de 2017, Torres.

— Pois é, mas isso acabou me deixando mais perspicaz. Nunca mais consegui pensar no futuro. O que o futuro podia reservar para mim? Nunca mais pensei em termos de expectativas. Minha expectativa é como enfrentar as más notícias.

Tentar  falar de forma sensata e razoável sobre a  sua vida  pareceu ainda mais falso do que as lágrimas — cada palavra, cada sílaba era mais uma traça roendo um buraco na verdade.” (p.170) Philip Roth

Nesta costura sinto uma saudade danada do carinho, da certeza, do olhar, da voz porque nem posso sentir saudade do inteiro, o inteiro era um amontoado de histórias que envolviam tantas mulheres mal resolvidas, penduradas naquela arara no meio do quarto, penduradas,! assim elas se moviam no seu imaginário, e vez que outra trocavam de lugar, comiam em restaurantes diferentes e negociavam posições. E nós dois riamos de tudo isso. Agora, eu choro. Elizabeth M.B. Mattos Torres, junho de 2017.

Caro Professor Freud

Burgholzli-Zirique, 12 de maio de 1909

Caro Professor Freud,

Mais uma vez devo lhe dar satisfações por um pecado de omissão. Mais uma vez o deixo, por longo tempo, sem notícias minhas. Pois bem, voltei da Itália são e salvo e encontrei sua carta à minha espera. Subscrevo inteiramente sua opinião de que devemos ter cuidado para não sermos arrastados pelas impressões, nem condescendermos com expectativas e planos que vão longe demais. O problema é que o anseio de descobrir é muito forte na gente. Não me converti, porém, ainda a nenhum sistema e hei de também ser prudente no que se refere ã fé que possa ter em tais fantasmas. […]

O “questionário psicanalítico” é uma tragédia que agora pude ver com meus próprios olhos. […]

Meu tempo continua dividido entre a construção da casa e os clientes particulares, de modo que o trabalho cientifico ainda não pode entrar no ritmo desejado. Dedico-me, em vez disso, a um ruidoso ciclo de conferências sobre psicoterapia, bem como a um privatissimum sobre psicologia freudiana para cerca de 10 pastores e 2 pedagogos a começar segunda-feira. Ademais, tenho 4 trabalhadores voluntários em minha clínica de pacientes externos. E essa azáfama toda, na verdade, às vezes pesa. […]

Cordialmente, JUNG

(p.271-273) Freud/Yung Correspondência Completa, IMAGO, Rio de Janeiro, 1976.

 

às vezes as histórias se cruzam

Às vezes, às vezes é o advérbio certo para iniciar o que preciso dizer. O vinho é muito bom, português, Porca de Murça, Douro, denominação de Origem Controlada, 2014. Tinto, seco. Tomei dois cálices, bem, estou no terceiro. Deve ser bom… Como chocolate, e penso. Ainda consigo pensar. Tu adoravas estas questiúnculas sobre vinhos e degustação. Então resolvi sentir saudade.

Há livros que são escritos para uma única pessoa. Tomar um bom vinho te define. É verdade. Eu queria escrever para que tu pudesses me encontrar. Encontrar a pessoa certa, no momento certo. E beijar. Gosto de beijar. O nosso beijo, o beijo espontâneo.

Ele disse: “juntos, e vai ser bom”. E agora que não estás mais aqui? O que faço do meu/teu/ do nosso beijo? Do que ficou…

As cortinas estavam fechadas, o pequeno abajur aceso e as flores na mesa…

Não consigo fazer/escrever, preciso contar a história para alguém, despejar o sentimento todo, e voltar ao normal. Mas alguém não é indefinido. Preciso olhar nos olhos. Também preciso escutar a voz. Descrever, dizer exatamente o que aconteceu. Preciso voltar. Todas as vezes que quero pensar em ti eu conto o começo, a conversa, o primeiro olhar. Eu te vi chegando/entrando no restaurante. A voz e a conversa, a minha pressa, a bolsa vermelha pesada, a hora de sair, a tensão. Estávamos os dois nervosos.  E o vinho que bebemos, a salada, a comida que não consegui engolir: juntos, e vai ser bom.

Outra história. A mesma.

Lembro quando saíste apressado do quarto de Iberê Camargo, sentaste perto de mim, não, não foi exatamente perto de mim, mas numa cadeira em frente, a sala não era grande, também não era pequena, mas isso não importa, o que eu gostei foi do teu corpo magro, e dos teus olhos azuis, e gostei da forma com que movimentaste os braços, e das perguntas, ou não foram perguntas? Logo eu estava explicando que não morava em Porto Alegre, mas em Torres. Então tu afirmaste que irias a Torres nos próximos dias, estavas procurando uma casa para comprar, acho que foi isso (deves ter resolvido, na hora, que te mudarias de Buenos Aires para morar em Torres), depois desta conversa nunca mais pude deixar de pensar azul. E foi assim que eu me encontrei com o amado do amor.

Num restaurante depois de ter conversado tanto ao telefone, e depois de ter falado contigo na casa do nosso amigo pintor. As histórias se cruzam / se cruzaram. Foi tudo um beijo.

Elizabeth M. B. Mattos  – Torres, junho de 2017.

está pegando fogo no azul

Preciso escrever às pressas porque este céu não vai esperar: está pegando fogo no azul, é muita beleza… muita! E não sou o pintor, não entendo fotografar, só de me extasiar. Que céu! Estou na beira da lagoa, e ela resolveu se vestir de rosa, vermelho, até azul.  Aquela beleza de festejar. Muita gente nas calçadas, e entusiasmados porque o belo faz bem. Um amigo acaba de me dizer que tenho boa e contagiante energia e eu me senti completamente feliz. Depois de estar acabrunhada, triste, fiquei feliz. Que luxo!  Acho que mereço um cálice de vinho. E precisava dizer deste tépido junho primaveril. Amar é muito bom, certo certíssimo os namorados que se dão as mãos e se beijam no caminho como se bebessem alegria. Hoje não estou com saudade de nada, de ninguém, estou armazenando beleza, afeto, carinho, compreensão e amor. E deixei as tristezas na calçada. Elizabeth M.B. Mattos, junho de 2017 – Torres, Rio Grande do Sul

Implacável voracidade do tempo

Que beleza. Quanto ainda tenho a aprender. Não queimei nada, mas ainda assim as páginas em branco se sucedem quer eu queira quer não. É a implacável voragem do tempo.” Eduardo. A. Costa – 2017

Releio as cartas que te escrevi, as que ficaram guardadas tanto tempo! E a estranheza volta. Dou-me conta o quanto endureci depois do L. A., – o quanto fiz de conta que não sentia, e me estraçalhava. Eu tinha apenas, ou já dezenove anos, mas fiquei com cento e noventa. Não sei explicar, mas percebo através das cartas que te escrevi o quanto o talho foi profundo. Meus pulmões se encheram de mar de rio, de desespero neste mergulho, e dou-me conta que NUNCA mais respirei com liberdade, não me curei e…  Não sei se foi por ele, deveria ter recorrido a terapia, mas uma Beth mais leve, mais suave teria emergido. Não tenho medo nem do amor, nem da vida, continuo a mesma mulher de sempre, como pude escrever isso? Que enganação! Amar sem bobices e medo tinha sido o teu conselho! Se tivesse ido mais fundo não teria sobrado nem mesmo o sonho. E eu repito as notícias são sempre as mesmas porque o homem é sempre o mesmo, sim isso segue sendo mais ou menos verdade, não somos exatamente os mesmos, mas sofremos repetidas vezes o mesmo mal… Tão igual, tão monótono, tão duro e doce como sempre será. O castigo de Sísifo é o nosso, o mesmo, carregar a pedra. Será que ele ia mesmo me deixar vestida de noiva esperando por ele no altar? Eu teria entrado na igreja? Será que foi seu pai ao desmanchar nosso noivado, desmanchar o compromisso alguns meses antes que me salvou? Será que eu fui mesmo salva? Até hoje não sei o que aconteceu. As respostas poderiam mudar o sentido. O sentido que nunca encontrei nestes trajetos amorosos. A carta é datada de 20 de setembro de 1967, outra de 19 de setembro de 1967, quantos anos soterrada! Sobrevivi. O fato pode ser corriqueiro, os amores são mesmo despedaçados, interrompidos, alagados. Alguém é abandonado, sofre, alguém segue em frente. Uma história como muitas outras. Mas estas cartas achadas que tu guardaste mais os anos todos e os meus esfarrapados amores explicam uma dor espichada, esquisita, não é mesmo? Sempre esperando, sempre sonhando, mas apavorada de medo …  E levantando a bandeira de autonomia e liberdade, distância. Minhas cartas estão sem nexo perturbadas perigosas e contraditórias, buscava uma explicação.  Foi inesperado, revoltante, assim eu te escrevia para contar o rompimento. Rio de Janeiro, 15 de setembro de 1967 … eu desesperava sem saber, sabendo, é claro, eu choraria a vida inteira…  Faz uma semana que estou aqui, faz uma semana que espero cartas tuas.  E segue assim:  Mágoas e dores adormecidas e quase esquecidas, …e termino dizendo que passou aquela imensa piedade que sentia de mim mesma…  Nunca passaria, nunca esqueci aquele jeito errado de amar o amor que não era, afinal, amado. Como estou sendo tola! Que revolta ódio eu senti, podes imaginar ou calcular foi inesperado e revoltante … estas releio, e te respondo hoje, retomo o discurso, sigo/escuto o eco … penso que deverias colocar todas no envelope, selar e encaminhar, poderia chorar mais, poderia romancear menos, poderia não sei o que fazer…  Estou lendo fotografadas. No entanto elas existem estas cartas. Elizabeth M. B. Mattos /Liza/ Beth ou Liz – 2017 Recife

cartas do passado

“Pensando bem: o texto revelado esfarinha-se como se poeira tivesse sempre sido, mas preserva o conteúdo da matéria. Muito o que pensar sobre isso a partir de Brennand.” E.A.Costa – 2017

E eu sigo escrevendo a partir/por/ pensando Brennand…

A CERÂMICA foto linda UMA só peça

Foto de Luiza Mattos Domingues – Recife, maio de 2017.

Par coeur carnet carioquice pernambucana

Onde eu moro é pequeno, assim mesmo eu me perco…  reivindico jardim e perfume. Mundo  que ameaça. O pequeno que assusta! Arrasto a mesa para dentro da cozinha, o espaço se abre… E o danado do medo aperta. Questiono se posso gritar, ou te abraçar e mandar beijos e beijos. Reinvento, recomeço a história. Arrastei a mesa, e instalei como se fosse novo laboratório. Química física, virgulas e cartas, outro texto, outra memória, ainda Recife Porto Alegre já sei par coeur e Torres é tão enorme quanto São Paulo! Eu me perco. Eu me perco. O Rio de Janeiro mergulha em tintas filosóficas:  carioquice é vício. O biombo mudou de posição a luz. Estou filtrada dominada. Assim mesmo pisco, aperto os olhos, esqueço os óculos e me incomodo, refaço e penso a mesma coisa para tirar a cisma, e dizer o óbvio. Estou no meio do baile, e a música me agita, não vou dançar assim mesmo tenho o carnet  lotado de nomes, serão valsas, gingas ou mazurcas. Não sou radical, nem definitiva, eu divago. Não é o outro, mas também o outro com braços amorosos e beijos. Depois me dou conta que sem beijos afagos e gracejos sou livre agitada inteira, e eu. Queria ser do jeito que era, mas não tem mais era, apenas foi, e um passado definitivo, morto, triste, ou apenas vivido. Ser/ter vivido já é enorme. Se tudo ficou desarrumado é hora de luz e ordem, serenidade trabalho. Silêncio. Adolesço mas envelheço mansa, e feliz. Elizabeth M.B. Mattos – Recife, junho de 201718

France, dezembro 2001 – Mont Saint Michel

EU ME ESCONDENDO

LINDA NA SOMBRA

Recife, Pernambuco, 2017 – fotos de Luiza Mattos Domingues

Bem ou Mal – Deborah Brennand

OUTRA PLACA DE BRENNAND NUNCA INERTE

JANELA COMPLETA LINDA FOTO

O NOME DO LIVRO * 1987  Diário de FRANCISCO BRENNAND, volume II (1980 -1989)

“12 de abril – 10 h

A surpresa de encontrar pela manhã um poema de Deborah. Em treze versos curtos e livres de qualquer convenção, ela diz mais da solidão do que eu em centenas de páginas escritas, bradando súplice contra o esquecimento. Os poetas têm certamente esta vantagem: a sua linguagem é quase sempre exata. E o que dizem – apesar de uma aparente obscuridade – acerta, de vez, os ponteiros de todos os relógios.

O tempo parece parar sob este céu imenso … Todavia, é preciso lembrar o poema inteiro, que me apresso em transcrevê – lo: Bem ou Mal

Deborah Brennand

 

O bem seria escrever

com letras alvas.

Tão claro o tempo passa,

longe, nas aleias do jardim!

 

O bem seria deixar, nas rosas,

enferrujar um esplendor de sangue

ou, na oitava luz da Lua,

erguer da face o véu escuro.

 

E o mal?  – são as pedras,

soltas no caminho, brutas feras,

vigiando em silêncio, vigiando,

se a brisa segue e eu fico

sob este céu imenso, sozinha. “

PREDIO LINDO

Fotos de Luiza Mattos Domingues Recife, maio de 2017